Padrasto acusado de matar Cristofer tem histórico agressivo, diz delegado

Da Redação

O inquérito sobre a morte do garoto Cristofer Matos, de três anos, morto no dia 25 de março em Cianorte, foi finalizado após 20 dias do crime. O delegado Wagner Quintão, responsável pela Delegacia da Mulher em Cianorte, já finalizou as investigações e enviou o inquérito à Justiça. O padrasto da criança, considerado o principal suspeito do crime, permanece preso.

O padrasto, de acordo com o delegado, possui um histórico agressivo.

“O padrasto tem um histórico policial violento, e por mais de uma vez foi encaminhado à delegacia por agressão, inclusive a última vez foi no mês de janeiro, quando agrediu a mãe da criança”, contou o delegado.

“A conclusão inicial era de que teria acontecido um estupro de vulnerável, pois aparentemente havia lesões nas partes intimas da criança. O padrasto foi preso em flagrante, e permanece preso desde então. Com o laudo pericial tivemos a conclusão de que a criança morreu por conta das agressões sofridas, inclusive, a vítima teve o fígado rompido em duas partes. E com análise do tempo entre as agressões e a morte, ficou claro que a criança estava na presença única e exclusiva do padrasto”, explicou o delegado.

Com a conclusão das investigações, a mãe da criança acabou sendo considerada testemunha no inquérito. Em algumas redes sociais surgiram comentários de que a criança também era agredida pela mãe e que eles seriam usuário de drogas, versão desmentida durante o colhimento de depoimentos. “Nós ouvimos a mãe e vizinhos da família e chegamos à conclusão de que ela não tinha conhecimento dessa e nem de outras possíveis agressões. Muitos fatos circularam nos meios sociais, mas não foram confirmados. Nenhuma agressão por parte da mãe foi confirmada”, citou o delegado.

Até o momento não existe a confirmação de que a criança nunca sofreu abuso sexual por parte do padrasto. Na residência da família foi recolhido um pedaço de papel higiênico com uma mancha de sangue, a amostra foi encaminhada para exames de DNA, que terá o resultado acrescentado ao inquérito. “No momento do atendimento médico foi apurado que havia uma deformidade na região intima da criança, mas a constatação da origem dessa lesão ainda está em levantamento pelo Instituto Médico legal, que é a única dúvida referente à suspeita do abuso”, citou o delegado.

O suspeito de 30anos, nega o crime e pode ser julgado  por homicídio qualificado, com a possibilidade de novas acusações dependendo dos resultados dos exames e novos elementos que podem ser acrescentados ao inquérito e encaminhados à Justiça, que vai decidir manter ou não a prisão.

Prevenção e combate ao abuso infantil 

O delegado Wagner Quintão esteve presente na reunião com a ministra Damares Alves, na tarde quarta-feira, 21, em Cianorte, para discutir sobre o caso.

Ele lembrou a ministra das dificuldades que a Delegacia da Mulher em Cianorte enfrenta e a necessidade de alinhar autoridades, com conselhos tutelares e escolas para a prevenção e diminuição em casos de abusos e violência contra as crianças.

“A visita da ministra realmente traz a possibilidade de melhoras, principalmente em recursos humanos. Hoje a delegacia possui um ambiente adequado, mas conta apenas com uma policial, que é a escrivã de polícia. O atendimento realmente fica prejudicado. Nós esperamos que a ministra e suas assessoras, junto com o governo de estado, consigam intermediar melhorias para a delegacia dessa cidade. Estamos em Cianorte investindo em maneira de atender as denúncias, e orientar a população, usando inclusive uma página no Facebook e o Whatsapp”, finalizou o delegado.

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