Lugar de mulher é também na robótica

Assessoria Fiep

Ciência, Tecnologia, Engenharias, Artes e Matemática: a união destas áreas, no inglês, deu origem à expressão Steam. E essas são algumas das áreas que costumam ser atreladas ao universo masculino. Mas a nova geração chegou para mostrar que na prática a situação é diferente. “O Sistema Fiep busca promover o envolvimento e estimular o interesse das meninas por essas áreas, além de dar visibilidade às mulheres que têm inovado, criado e gerado transformações ao longo da história. Também buscamos fomentar a liderança feminina e exercitar o reconhecimento, a valorização da diversidade e da equidade no ambiente escolar”, explica Fabiane Franciscone , gerente executiva de Educação do Sistema Fiep.

É o caso de Caroline Damaceno, ex-aluna do Colégio Sesi da Indústria. “Desde criança eu me interessava mais pela área de matemática e tenho muito interesse nas matérias de exatas, então ia ensinando para os outros colegas. Em 2015, fui selecionada para participar de uma equipe de robótica, e foi aí que meus olhos brilharam pela área. A parte de programação, construção do robô e demais áreas me interessaram muito”, conta.

O interesse nas áreas Steam foi tanto que, hoje, Carol é graduanda em Automação Industrial na Faculdade das Indústrias, já está atuando em uma indústria na região metropolitana de Curitiba e pretende cursar uma segunda graduação, em Engenharia Mecatrônica.

“Atualmente, vemos uma situação de grande desequilíbrio no número de homens e mulheres na área de exatas. Acredito que ainda exista muito estereótipo e pouca representatividade feminina no mercado de trabalho e na graduação nas áreas de tecnologia, mas é por essas razões que precisamos ter forças e muito incentivo para continuar se desenvolvendo. As mulheres têm muito potencial e precisam ganhar espaço de forma igualitária nessas áreas”, analisa a aluna.

Incentivo desde o Colégio

O ensino da robótica está cada vez mais presente no dia a dia dos estudantes. “O Colégio Sesi adotou a robótica educacional já em 2006. Entendemos que esta é uma maneira de ensinar matemática, física e outras disciplinas de maneira não convencional e mais atrativa”, conta Fabiane.

Além das aulas de tecnologia e robótica, os estudantes são incentivados a participarem de competições de robótica, como a First Lego League. Foi nas aulas de tecnologia que Sabrina Pedroso Bordinhão teve o primeiro contato com robótica, que a levou para o time da FLL de União da Vitória. Sua equipe, a Destroyers, era formada por um time 90% feminino e conquistou o primeiro lugar da etapa regional, contra competidores de todo o estado, de escolas públicas e particulares.

“Quando entrei no Colégio Sesi da Indústria e assisti o Professor Jefferson apresentando a disciplina de Oficinas Tecnológicas eu fiquei muito entusiasmada. Nesses anos que estou estudando no Sesi, temos a disciplina de Oficinas Tecnológicas, onde aprendemos a programar, montar robôs, pesquisamos sobre questões matemáticas, físicas e químicas que influenciam o robô e desenvolvemos diversas habilidades. São em situações simples envolvendo a robótica que minha paixão por essa área só cresce, seja em rounds teste para a competição ou em trabalhos sobre programação em simuladores online. Meu coração já acelera e eu já fico muito animada”, conta a estudante.

E as experiências dentro da robótica impactaram decisivamente sua escolha de graduação e, neste ano, prestará o vestibular para Engenharia Civil. “Quando entrei no Sesi da Indústria e na Equipe Destroyers, o meu interesse por cursos da área de exatas surgiu. Minha primeira grande experiência foi na temporada City Shaper da FLL de 2019, cujo desafio era voltado para a arquitetura, urbanismo e engenharia civil. No processo de desenvolvimento e apresentação do nosso projeto, inclusive nas missões da bancada e nas análises sobre as estratégias do robô para realizá-las, a minha paixão por essas áreas cresceu muito. Toda vez que eu e a equipe estamos analisando questões como a resistência do robô, porque montamos ele daquela forma, o motivo do peso estar concentrado em determinada região e diversas outras questões, eu tenho certeza que meu futuro segue por esse caminho, por isso escolhi prestar o vestibular para Engenharia Civil”, explica.

MENINAS NA ROBÓTICA

Lara Cristiny da Silva é colega de Sabrina e também faz parte do time Destroyers, de União da Vitória. E a estudante reconhece a importância de incentivar o ensino da robótica para meninas, independente da escolha de carreira, uma vez que o ensino da robótica desenvolve várias habilidades, inclusive socioemocionais, como o trabalho em grupo e a auto-estima.

“Minha paixão pela robótica começou em relação à ciência, aos projetos de inovação, aquela vontade absurda de querer mudar o mundo com soluções inovadoras, de realmente fazer a diferença. Me interessei muito pela logística dos códigos, entender como tudo isso funcionava. O resultado? Uma menina muito orgulhosa por aprender cada tracinho de uma programação”, compartilha.

Lara acredita ser essencial incentivar novas meninas a ingressarem nas áreas de STEAM. “É muito importante falar para as meninas, vocês irão se sentir grandiosas, o sentimento de orgulho estará sempre presente. Você se sentirá capaz de tudo, de fazer uma grande diferença no mundo. Eu mesma posso afirmar que meu avanço como pessoa depois dessas experiências com a robótica é enorme, me sinto extremamente orgulhosa de quem eu sou. Esse mundo da robótica nos abre muitas portas, juntas vamos conseguir vencer todos os obstáculos. Aliás, lugar de mulher é onde ela quiser, principalmente na ciência!”, afirma.

SOBRE O SISTEMA FIEP

O Sistema Fiep é composto pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). As instituições trabalham integradas em prol do desenvolvimento industrial. Com linhas de atuação complementares, realizam a interlocução com instâncias do poder público, estimulam o fomento de negócios nacionais e internacionais, a competitividade, a inovação, a tecnologia e a adoção de práticas sustentáveis, e oferecem serviços voltados à segurança e saúde dos trabalhadores, à educação básica de crianças, jovens e adultos, à formação e aperfeiçoamento profissional, à formação de nível superior, além de capacitação executiva. Sistema Fiep, Pela Indústria em Todo o Paraná.

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