ONG Ensina-me a Viver aposta no exemplo como forma de prevenção ao câncer de mama

Com cerca de 90 participantes, a maioria mulheres que está ou já tenha feito tratamento contra câncer de mama, a ONG Ensina-me a Viver busca conscientizar a sociedade com relação à doença por meio do exemplo e história dos pacientes. O trabalho feito por e para pacientes oncológicos visa reforçar a importância dos exames e a busca pelos cuidados com a saúde.

“A nossa ONG é para fazer uma conscientização, mas principalmente para acolher quem está com câncer. Durante a época da prevenção queremos tocar as pessoas pelo exemplo. É dizendo ‘eu tive câncer de mama’ e, dessa forma, ser um exemplo para essas pessoas”, afirmou a presidente da ONG e advogada Iraci de Sarges.

De acordo com a presidente, o papel da ONG é tocar as pessoas, principalmente, por meio dos relatos. “Nós temos panfletos, levamos enfermeiras, médicos, profissionais da saúde, participamos de diversas coisas, mas o principal somos nós, somos o exemplo vivo do quão é importante a prevenção. E não queremos que ninguém passe pelo o que passamos e se tiver que passar que seja com um diagnóstico precoce”, afirmou Iraci.

 “Queremos ser um exemplo de pessoas que falam sobre a prevenção com conhecimento de causa e que passaram pela doença. Queremos falar que o câncer não é um bicho de sete de cabeças, não é uma sentença de morte. Como dizia um amigo, não é um ponto final, é uma virgula”, reforçou Iraci.

A ONG acolhe e apoia os pacientes oncológicos e seus familiares. É um local onde é possível dividir experiências e aprender com novos relatos. “Temos coisas que só a gente sabe. E na ONG a gente se entende, rimos, choramos. Ali, nós sabemos  que nos apoiamos e que falamos a mesma língua”, explicou a presidente.

Pandemia

Durante a pandemia, a ONG teve que se readaptar. Os encontros semanais, cursos e celebrações cessaram, mas o contato por meio de aplicativos de conversa nunca diminuiu.

A sede da ONG, que existe desde agosto de 2019, ficou completamente fechada por dois meses, entre abril e maio. Neste tempo paradas, Iraci e Marlene Germano (também membro da diretoria da ONG), que ficam a frente da estrutura dos eventos e administração da ONG, criaram o projeto “Sopa com Afeto”. “Tantas pessoas pedindo cestas básicas. E depois de dois meses de pandemia, vimos que o pessoal estava passando por dificuldade”, explicou Iraci.

Em contato com a Rainha da Paz, que ajudaram com a doação de alimentos, a ONG chegou a fazer 120 sopas por semana, durante os meses de junho, julho e agosto, até a chegada do tempo quente.

“Nos sábados, a partir das 11 horas, os pacientes oncológicos iam buscar a sopa. E nos levávamos aos mais fragilizados. Depois da entrega aos pacientes, nós entregamos sopas também às famílias indicadas pela Rainha da Paz”, contou Iraci.

Para a equipe da ONG, o projeto cumpriu com o seu objetivo. Agora, o novo foco é retomar os encontros presenciais, com os devidos cuidados. O retorno está marcado para o dia 18 de outubro, o “Café com Afeto Edição Outubro Rosa: o reencontro”.

Além dos encontros, a ONG ainda proporcionava cursos de pinturas em panos de prato e crochê como forma de ajudar na renda de mulheres que não tinham condições de retomar o serviço anterior. Esses cursos também ficaram parados por um período, mas a equipe da ONG estuda o retorno das atividades.

Paraná

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, em 2020, o Paraná registrará 3.470 novos casos de câncer de mama, com uma média de 9,5 diagnósticos por dia no estado. No ano passado, dados do Ministério da Saúde, tabulados a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), mostram que 1.004 mulheres perderam suas vidas por conta da enfermidade, com uma média de 2,75 óbitos por dia.

No Brasil, o Inca estima que serão registrados 66.280 novos casos de câncer de mama.

Exame

A mamografia deve ser realizada a cada dois anos em mulheres de 50 a 69 anos. Fora da faixa etária e periodicidade, o exame é recomendado somente para mulheres com sinais ou sintomas de câncer de mama, como nódulo, retração do mamilo e outros; ou com histórico familiar em parente de primeiro grau, como mãe, irmã ou filha. 

Em relação ao câncer de colo de útero, a recomendação é que o exame seja feito nas mulheres de 25 a 64 anos, que já iniciaram a vida sexual. Os dois primeiros exames com intervalo de um ano, e se os resultados forem normais os próximos podem ser a cada três anos. Os exames fora deste critério podem ter resultados falso-negativos.

O Paraná disponibiliza anualmente aos municípios 720 mil kits para exames citopatológicos do colo do útero e mais de 230 mil exames de mamografia. Para a vacinação do HPV a meta do Estado é vacinar 458 mil meninas de 9 a 14 anos.

(Com informações Agência Estadual)

ONG coloca outdoor na PR-323

Nesta semana, os participantes da ONG colocaram um outdoor sobre o Outubro Rosa em frente ao posto da Polícia Rodoviária em Cianorte, na PR-323. A intenção é que quem passe pelo local conheça a ONG e saiba que tem a quem buscar durante o período.

“Queremos que todos vejam que quem está ali no outdoor está com alto astral. E que ‘estar bem’ não necessita ser apenas de saúde, porque as vezes temos saúde, dinheiro, paz aparente, mas dentro de nos não estamos felizes. E nós estamos felizes com o que temos pra hoje, porque o dia de hoje é uma preciosidade”, disse Iraci.

De acordo com a presidente, o outdoor vai ficar no local cerca de 20 dias. “O espaço foi doado, a fotografia foi doada, a instalação, o aluguel. Não tivemos custo nenhum, por isso ele vai ficar por um curto período de tempo”, explicou.

Participantes da ONG se reuniram em frente ao outdoor ontem Foto: Reprodução

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