Procura por casamentos indica retomada, mas sem festa e igreja

Da Redação

Depois de um ano de restrições e pandemia, os casais de namorados voltaram a procurar e oficializar os casamentos em cartórios de Cianorte. Em 2020 os registros de matrimônios foram 35% menor do que o último ano antes da pandemia. Apesar dos noivos não esperarem para oficializar a relação, as festas e cerimônias continuam adiadas, e os setores que atendem esse público ainda não conseguem respirar aliviados.

Nos primeiros cinco meses do ano, de acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil, em Cianorte foram 157 casamentos, no mesmo período do ano passado os números começavam a cair na medida em que as restrições aumentavam com a chegada do corona vírus. Até maio de 2020 foram 131 casamentos, e um total de 355 no ano todo, 192 a menos que em 2019.

A baixa procura pela formalização de um novo estado civil impactou diretamente nos negócios de quem dependia do matrimônio. As empresas do setor que não fecharam tiveram que se adequar, incluindo na estratégia demitir funcionários, para sobreviver num período com tanta restrição.

Para a Patrícia de Sousa, proprietária de uma loja de aluguéis de vestidos de noivas e festas, a queda no movimento obrigou a fazer cortes e dispensar funcionários. Antes o estabelecimento alugava até 60 vestidos por mês e agora passou a negociar, em média, apenas dez.

“Como meu marido trabalha em outro setor estamos conseguindo manter a loja, se não fosse assim, teríamos fechado após cinco meses de pandemia, durante esse ano o prejuízo ficou em torno de R$150 mil. Estamos mantendo o essencial para continuar aberto”.

O setor de festas permanece com prejuízos de forma direta e indireta. Com o decreto permitindo eventos de até 30 pessoas, alguns casais arriscaram um almoço mais simples para comemorar a união, mas nem mesmo as reservas são marcadas para este ano. Para quem casou e pretende ainda fazer festa ou vai se casar, a expectativa é de comemorar só no ano que vem.

“Contávamos muito com esses eventos. Não só os casamentos, como reuniões de empresas e formaturas no final do ano. É bem incomum casais optarem por fazer algo pequeno, e para não correr risco estão agendando para outro ano. Para 2021 ainda estão tímidos e sem a certeza do que vai acontecer”, conta a gerente de um restaurante na Avenida Goiás, Ângela Moura.

A empresa que organiza eventos chegou a executar até quatro eventos no mesmo fim de semana, e movimentava empregos diretos e indiretos, entre garçons, cozinheiras, auxiliares. Como trabalham também com o restaurante, o prejuízo é menor, mas uma boa parte do lucro ficou comprometida com a queda no número de eventos.

“Não optamos por outras atividades, ficamos com o restaurante e conseguimos manter esses funcionários, e na espera que tudo volte ao normal”, finalizou Ângela.

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