Preço do etanol dispara, chega a R$ 5,79 nas bombas e desestimula  consumo

Da Redação

Os frequentes aumentos nos valores dos combustíveis no país provoca cada vez mais preocupação para o consumidor final. Sem nenhuma estabilidade, os valores são reajustados frequentemente e não permitem ao motorista nenhuma previsão de quanto o produto vai representar no orçamento do mês.

Correndo em disparada, o preço do etanol saltou de R$ 3,20 a uma média de R$ 5,49 em menos de um ano, mas há registro de venda do combustível a R$ 5.79. O aumento no acumulado de 10 meses é de 50%, com resultado em queda das vendas, já que o combustível deixou de ser uma opção de economia comparada à gasolina.

Segundo o levantamento do Sindicato dos Combustíveis do Paraná, (Paranapetro), o etanol apresentou uma queda de 25% nas vendas comparadas a outubro do ano passado. O combustível só é compensável se representar até 75% do valor da gasolina. Vendido em média de R$ 6,79 o litro da gasolina, o etanol representa hoje, 86% do preço médio do produto extraído do petróleo.

O gerente de um posto de combustíveis em Cianorte, instalado na Avenida Coruja, na Zona 8, já começou a notar a diferença nas bombas. “Em Cianorte tem muitas motocicletas, e o pessoal preferia utilizar o etanol, principalmente com o aumento constante no preço da gasolina, Com esse cálculo resultando em um valor tão alto, não compensa abastecer com etanol e as vendas já caíram bastante”, explica o gerente Patrício Ernandes Inácio.

O valor médio do litro do etanol subiu 4,5% só na última semana. Nos postos de combustíveis da cidade é possível encontrar o produto com o valor R$ 5,47 no Posto Nacional, na Avenida Paraíba, Zona 3. E com valores máximos de até R$ 5,79, no Posto Café, localizado na Avenida Souza Naves, Zona 1.

Líder em reajustes, o preço médio do litro da gasolina, em Cianorte, é de R$ 6,79. O aumento mais recente aconteceu no dia 26 de outubro, quando o derivado de petróleo recebeu um acréscimo de 2,45% por litro. Do inicio do ano, quando o combustível era encontrado por R$ 4,80, até outubro, já foi registrado um aumento de 41%.

Nos postos de combustíveis da cidade é possível encontrar o produto com o valor mínimo de R$ 6,55 no Posto Delta,e  na Avenida Coruja, e até R$ 6,79, em diversos postos da cidade.

O diesel comum é encontrado entre R$ 4,97 e até R$ 5,59.

Já o botijão de 13 quilos de gás liquefeito de petróleo (GLP) tem preço médio de R$ 120 na cidade, com preço mínimo de R$ 110, na distribuidora Seis Conjuntos. O produto que era comercializado por R$ 75 em janeiro deste ano, sofreu um aumento de 60% no valor.

ICMS

Em resposta aos pedidos dos consumidores, os estados congelaram o repasse do valor do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação (ICMS), ao consumidor final. Em um prazo de 90 dias, contando a partir de 1° de novembro, os combustíveis não vão receber acréscimos em todo o Paraná.

De acordo com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), a medida possibilita que a Petrobras aprofunde a discussão referente a novos modelos da política de preços, de maneira a frear os constantes aumentos.

No Paraná, a alíquota do ICMS sobre a gasolina não é alterada desde abril de 2015. Seu percentual é correspondente a 29%. O valor base da cobrança sofre reajustes conforme o preço final dos combustíveis (PMPF), seguindo regramento federal.

O Paraná tem os menores preços médios de referência dos combustíveis do País, ficando em 18º lugar. As alíquotas de ICMS praticadas no Estado estão dentro da média nacional, no caso da gasolina, e abaixo da média, nos casos do diesel e do etanol. A alíquota de 12% sobre o óleo diesel é considerada a menor dentre todos os estados brasileiros.

INFLAÇÃO

Com o preço da gasolina, do gás natural, e do etanol em alta, a inflação para o motorista no Brasil disparou e atinge os 18,46% no período de um ano. Os dados são do levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Essa é a maior inflação para esse grupo desde 2000.

O principal ‘motor’ desse aumento é a desvalorização do real. Até a última sexta-feira 5, o dólar – moeda à qual o valor do petróleo é calculado – acumulava alta de 6,40% sobre o real este ano.