Policias de Cianorte são afastados e presos em nova fase da “Operação Força e Honra”
Da Redação
A subcorregedoria da Polícia Militar, em Maringá, confirmou a prisão do cabo Leandro Izeppi, policial do Posto da Polícia Rodoviária Estadual, em Cianorte, e o afastamento de um segundo agente, cabo João Batista Pinheiro, que prestava atendimento no mesmo posto, mas trabalhou em Cruzeiro do Oeste, durante as investigações. Os dois são alvos da Operação Força e Honra, deflagrada no dia 14 de julho, em diversas cidades do estado.
O cabo Izeppi foi preso na manhã de segunda-feira, 9, na chácara onde mora, em Jussara. O local foi um dos alvos de cumprimento de mandato de busca e apreensão durante a primeira etapa da operação. Naquele dia os policiais encontraram dois tijolos de cocaína, e quatro de haxixe (variação mais potente da maconha). Os tabletes de cocaína possuíam a mesma embalagem que os de uma carga apreendida no posto policial de Cianorte, em 28 de fevereiro. Izeppi estava na equipe que encontrou 41 quilos de cocaína escondidos em um veículo com placas de Lins /São Paulo, em que estavam pai, mãe, e uma criança de sete anos. Com a quantidade desviada, o policial lucraria até R$ 50 mil.
Segundo o comando, o policial estava de férias em outro estado, por isso não foi detido no dia 14 de julho, já que o policial era procurado pela Justiça e com mandado de prisão em aberto desde a deflagração da operação. Ele foi citado durante as investigações pelos alvos em conversas envolvendo tratativas ilícitas, e também responderá por tráfico de drogas. Após a prisão ele foi encaminhado para a Casa de Custódia, em Piraquara.
O cabo Pinheiro recebeu uma ordem de suspensão da função pública policial, enquanto tramita a ação junto à Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual. O agente recebeu a ordem na casa onde mora, em Maria Helena. Ele é suspeito de participação nos atos de corrupção, juntamente aos demais investigados.
Com essa ação, foram três cumprimentos expedidos a agentes do posto policial, em Cianorte. Izeppi que trabalhava no posto, Batista que era de Cruzeiro do Oeste, e havia sido transferido após a operação, e um terceiro envolvido foi encaminhado para dar esclarecimentos após prestar serviço também no posto de Cruzeiro do Oeste, principal alvo de investigação.
Dois veículos foram apreendidos, totalizando 12 carros em toda a operação, e 15 policiais detidos, além de um vereador de Campo Mourão, que responde em liberdade. Todos os policiais, inclusive o ex-comandante da 4º Companhia de Polícia Rodoviária Estadual, em Maringá, capitão Rodrigo dos Santos Pereira, permanecem presos.
INVESTIGAÇÃO E OPERAÇÃO
Os detidos são suspeitos de participarem de um esquema em que policiais rodoviários que recebem propina para permitir a passagem de veículos transportando mercadorias contrabandeadas, ilegais, ou até facilitar o tráfico de drogas nas rodovias da região. A investigação apura ainda situações em que policiais liberavam infratores que não aceitavam o pagamento de propina, depois de ficar com parte da mercadoria e negociar esses produtos com empresários do ramo.
A investigação aponta que o capitão Rodrigo Pereira, que tomou posse no comando da 4ª CIA, em novembro de 2019, recebia propina para favorecer o esquema e manter policiais que participam das ações criminosas, em pontos chaves de negociação. Policias chegaram a abrir lojas, para comercializar os produtos desviados, e juntos movimentaram mais de R$ 10 milhões.
Operação Força e Honra, foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, e a Polícia Militar, e apura crimes de concussão, corrupção passiva, peculato, prevaricação, falsidade ideológica, lavagem de ativos, e eventual receptação, realizados por organização criminosa.