Médica de Umuarama faz receita em francês para acolher paciente haitiana

Por G1 Paraná

Para ajudar uma paciente que veio do Haiti para o Paraná e que entende pouco a língua portuguesa, uma médica de Umuarama, no noroeste do Paraná, escreveu uma receita com medicamentos em francês, mesmo sem ser fluente na língua.

Somente em 2020, mais de 6 mil haitianos solicitaram refúgio no Brasil. Já no Paraná, o Centro Estadual de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas (Ceim) registra 478 cadastros de pessoas daquele país.

O caso de Umuarama aconteceu no fim de julho, em uma instituição da cidade. A médica Carla Navarchi, que é residente em ginecologia e obstetrícia no hospital Norospar, disse que paciente estava no pré-natal e precisou ficar internada cerca de sete dias.

A médica explicou que a paciente teve o bebê de forma prematura. A criança não resistiu e acabou morrendo.

Durante as consultas do pré-natal, a haitiana ia sozinha ou com um acompanhante que não fala português fluentemente. A solução foi usar a pesquisa e um tradutor, para passar as orientações.

Como se tratava de um caso de alto risco, a médica resolveu fazer a receita em francês para que a paciente fizesse o uso correto das medicações, após a alta hospitalar.

Tradutor

A médica Carla contou que não sabe falar francês. Para se comunicar melhor com a paciente, ela escrevia as palavras em um tradutor do celular e mostrava para a paciente ler ou usava áudios.

Além do francês, o Haiti também usa como língua oficial o crioulo. Mesmo assim, segundo a médica, há poucas informações sobre essa linguagem. Por isso, a profissional optou pela língua francesa.

Crise

O Haiti está em segundo lugar no ranking de país origem de pessoas que pedem refúgio no Brasil, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Atualmente, o Haiti vive uma onda de violência e de crise humanitária, que foi acentuada pela pandemia do novo coronavírus. Em julho, o presidente haitiano foi assassinado.