Falta de chuva prejudica pastagens e atrasa colheita de inverno na região

A longa estiagem do ano passado e o tempo seco do mês de junho trouxeram prejuízos à agricultura e a pecuária A falta de chuva prejudicou pastagens e fez com que os gastos com o rebanho ficassem acima do planejado e a venda do gado teve que ser antecipada.

Até domingo, 26, o mês de julho registrou apenas dois milímetros de precipitação pluviométrica. A previsão para o mês de agosto, segundo dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), é de que a estiagem continue. No ano passado, esses meses apresentaram um índice pluviométrico de 22,8 e 5,4 milímetros, respectivamente. Com a falta de chuva, a colheita, sobretudo de milho, teve atraso e, consequentemente, ocorreu perda na produtividade e na produção.

Segundo o chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), com sede em Cianorte, Francisco Cascardo, durante os meses de março, abril e maio, foram registrados os maiores níveis de estiagem no Estado, dos últimos anos. “Alguns falam dos últimos 20 anos, outros até dos últimos 50. Isso trouxe consequências para a lavoura de milho e soja e para as pastagens”, afirmou.

De acordo com Cascardo, o solo ainda vai demorar para se recuperar. “Não se recupera em uma chuva só, então a preocupação é que se inicie o ciclo da safra de verão com solo ressecado, o que também é um problema”, afirmou.

Atraso na colheita

Conforme o economista do Departamento de Economia Rural (Deral) de Umuarama, Ático Luiz Ferreira, a seca não apresenta muitos problemas neste período para a lavoura, pois este já é um período seco.

Porém, de acordo com o economista, a última seca do ano passado conseguiu atrapalhar as colheitas de verão, fazendo com que tanto o plantio, quanto a colheita, tivessem atraso em todas as regiões.

Com relação à região de Umuarama, por exemplo, Ferreira afirmou que teve uma perda de 30% na colheita de grãos, estimada em 565 mil toneladas. Com as perdas, a realidade na lavoura se concentraram em 396 mil toneladas. “Nessa época já teríamos 90% do milho colhido, mas colhemos apenas 23% e tivemos uma perda de 30%, pois atrasou o plantio da soja e, consequentemente, atrasou colheita e em seguida o plantio do milho”, explicou.

“Ficaremos até quase o final de agosto colhendo milho. E sempre que chega o mês de julho já estava praticamente tudo colhido, pois no inverno o planta não cresce”, explicou o economista.

Culturas de inverno

Com a chegada do inverno, estação seca, as chuvas continuam escassas e a época do cultivo das culturas de inverno começou. “Esse tipo de cultura tem uma adaptação maior a essa falta de água, como o trigo, centeio e cevada. Mas como nosso solo tem sua formação, na maior parte, em arenito – tirando pequena faixa de Vidigal e Japurá –, não temos a tradição de cultivar as culturas de inverno”, explicou Francisco Cascardo. “Como temos poucas plantações referentes às culturas de inverno, nossa preocupação é a questão das pastagens”, afirmou.

Apesar de não trazer grandes prejuízos para a lavoura, a estiagem interfere nas pastagens. “Tivemos uma precipitação em maio o que animou os pecuaristas, mas voltamos a ter uma estiagem, e o que mais é prejudicado são as pastagens”, esclareceu. “O gado de corte e de leite tem sentido bastante. O pessoal teve que antecipar o uso da reserva, e isso está começando a faltar para o pecuarista, que gastou mais do que o previsto”, acrescentou o chefe do Seab.

Simepar

De acordo com informações do Simepar, os meses de inverno são os mais secos. Neste ano, junho apresentou apenas dois milímetros de índice, até o dia 26. Até o fim do mês, a previsão é que chova cerca de 10 milímetros na região, o que ainda é um número muito baixo.

A primeira quinzena de agosto também será seca e para a segunda quinzena os números seguirão baixos.

O período mais chuvoso, conforme informações do Simepar, é registrado de dezembro a fevereiro e na primavera.

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