Baixa adesão à vacina contra gripe pressiona sistema de saúde

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, até junho de 2025 foram aplicadas 22.632 doses da vacina contra a influenza. Apesar de o número de doses superar a população-alvo, estimada em 21.072 pessoas, a cobertura vacinal geral ainda é considerada baixa: apenas 52,1%. Entre os grupos prioritários, a adesão também é insuficiente. Idosos atingiram cobertura de 52,38%, crianças chegaram a 47,45% e apenas as gestantes ultrapassaram a meta, com 84,58%.

A baixa imunização ocorre em paralelo a uma alta nos atendimentos por doenças respiratórias na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. De 1º a 15 de junho, foram registrados 1.925 atendimentos com quadros como bronquiolite, asma, amigdalite e faringite. No mês anterior, entre 1º e 31 de maio, esse número foi de 3.297 casos.

O reflexo da situação também aparece nas solicitações feitas à Central de Leitos. Em junho, dos 113 pedidos registrados até o dia 15, 25 foram relacionados a complicações respiratórias. Em maio, dos 220 pedidos no total, 44 estavam ligados ao mesmo tipo de enfermidade.

Na ultima semana, o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, fez um novo alerta sobre a baixa cobertura vacinal contra a Influenza no Paraná. Ele destacou que a imunização, que está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde, tem capacidade para evitar quadros graves e internações, principalmente entre crianças e idosos.

“Temos vacina contra a gripe e ela é efetiva. Não impede totalmente a infecção, mas reduz a gravidade da doença e a chance de internações e óbitos”, afirmou. Segundo ele, a circulação de vírus como o Influenza A, hoje responsável por cerca de 40% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, tem sido significativa neste ano, enquanto a Covid-19 caiu para menos de 1%.

Segundo o secretário, chama atenção o agravamento dos quadros em crianças pequenas, sobretudo por infecções com o vírus sincicial respiratório (VSR), que pode evoluir para bronquiolite e exigir internação em UTI — para o qual não há vacina disponível no SUS.

“A vacina contra a gripe está disponível em todos os 399 municípios do Estado. Pedimos à população que procure as unidades de saúde. Quanto maior a taxa de vacinação, menor será o número de internamentos, o que significa mais espaço e agilidade para atender casos graves como da bronquiolite”, concluiu.