Em Cianorte, ministra Damares Alves faz ‘mea culpa’, chora e pede perdão

Da Redação

A ministra da Família, Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, fez na tarde de terça-feira, 20, uma espécie de “mea culpa” durante o que deveria ser uma coletiva de imprensa no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Cianorte (Acic). Emocionada, a ministra chorou e se desculpou com a família do menino Cristofer, de três anos, morto no mês passado espancado. O padrasto do menino está preso acusado pelo crime.

O encontro com a promessa de uma coletiva de imprensa no final do debate – que acabou não acontecendo – seria também uma oportunidade para se debater formas de aumentar a proteção às crianças e adolescentes de abusos e violência , mas a agenda apertada foi a desculpa para que a ministra não conversasse com os jornalistas.

“Não é dia de festa, eu estou com vergonha de estar aqui nesta situação. Eu queria pedir desculpas ao Cristofer e sua família por não ter chegado antes. Eu não vim aqui para prometer nada, eu vim chorar com a família de Cristofer. Hoje é um dia triste”, disse a ministra.

Durante o seu discurso, ao lado do prefeito Marco Franzato, Damares agradeceu as autoridades pela presença, e prestou homenagem a polícia pela rapidez na conclusão do inquérito, e ressaltou o fato do responsável pela Delegacia da Mulher em Cianorte, delegado Wagner Quintão trabalhar em outras 10 unidades.

“Às vezes a gente vai para casa e tem a sensação de que estamos enxugando gelo. Eu vi o perito do caso dizer que o dinheiro de uma parte da pericia, ele tirou do bolso. A gente vai ter que mudar tudo do Brasil, mudar toda a estrutura, não vamos enfrentar a violência contra a criança sem investimento em segurança pública”.

“Estamos longe da mudança, eu preciso assumir minha meia culpa, não vim aqui cobrar nada do prefeito ou policiais. Estou aqui para reconhecer que estamos longe do ideal. Que o Brasil não esqueça esse menino, para que vocês não esqueçam esse garoto”.

“Não temos orçamento, não temos instrumentos, nem espaço público para as crianças do Brasil. Cristofer mandou sinais, e a gente não leu os sinais”, completou.

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