Mães na adolescência: prevenção surte efeito, mas desafios permanecem
Da Redação
Cianorte tem registrado uma queda no número de mães adolescentes nos últimos anos. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Saúde do município, em 2019, 10,22% dos nascimentos registrados foram de mães com idade entre 10 e 19 anos, totalizando 113 casos. Em 2020, esse número caiu para 7,92%, com 81 casos registrados. Já em 2021, o percentual se manteve em queda, com 7,23% dos nascimentos sendo de mães adolescentes, totalizando 73 casos. Mesmo com um aumento no número de nascimentos em 2022, o percentual de mães adolescentes se manteve estável, com 7,31%, totalizando 71 casos registrados. Até o momento, em 2023, foram registrados 25 nascimentos de mães adolescentes, representando um percentual de 7,57%.
A queda no número de casos tem sido atribuída às medidas adotadas pela Prefeitura de Cianorte para combater a gravidez na adolescência. Enfermeiros realizam palestras em escolas para conscientizar os adolescentes sobre os riscos e as consequências de uma gravidez precoce, além de abordarem o tema durante as consultas médicas e de enfermagem nas Unidades Básicas de Saúde.
Apesar da queda no número de casos, a Saúde ressalta que a gravidez na adolescência ainda é um problema grave que deve ser combatido com ações preventivas e educativas. A orientação é para que os jovens tenham acesso à informação sobre métodos contraceptivos e sejam estimulados a adiar a gravidez para um momento mais adequado.
A gravidez na adolescência é um problema nacional no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2019, foram registrados 349.688 nascidos vivos de mães adolescentes, o que representa 15% do total de nascimentos no país naquele ano. A taxa de fecundidade na faixa etária de 15 a 19 anos é de 56,4 nascimentos por mil mulheres nessa faixa etária, sendo a região Norte a que apresenta a maior taxa, com 78,2 nascimentos por mil mulheres adolescentes, e a região Sul a menor, com 40,1 nascimentos por mil mulheres adolescentes.
Além disso, a gravidez na adolescência está fortemente associada à baixa escolaridade e ao menor acesso a serviços de saúde e informação sobre contracepção. Cerca de 30% das adolescentes que engravidam no Brasil não estão matriculadas na escola, de acordo com dados do IBGE.
A gravidez na adolescência pode aumentar o risco de complicações durante a gestação e o parto, além de estar associada a um maior risco de pobreza e exclusão social para as jovens mães. É fundamental que a prevenção da gravidez na adolescência seja encarada como um desafio complexo e abordada por diferentes setores, incluindo a educação sexual e reprodutiva nas escolas, o acesso a serviços de saúde adequados e a oferta de métodos contraceptivos eficazes e acessíveis.