Tecnologia a favor da saúde: até onde ir?

Carlos Mortean

Há muito tempo acompanhamos o avanço de duas áreas essenciais para existência humana atual: medicina e tecnologia. Durante um período acreditou-se que seriam áreas concorrentes, mas a união revelou que conseguimos colher frutos interessantes dessa relação.

Uma demonstração clara do quanto a junção traz bons resultados, é o modelo de gestão de um dos maiores planos empresariais do Paraná, a Paraná Clínicas, empresa do Grupo SulAmérica. Neste modelo utiliza-se a verticalização para os atendimentos, com ênfase na ferramenta empregada para o compartilhamento de informações dos pacientes, em que uma equipe multidisciplinar possui acesso a todo histórico daquele paciente, facilitando assim, o acompanhamento e diagnóstico.

A medicina ganhou uma forte aliada tecnológica nos últimos tempos: as plataformas de telemedicina, que trouxeram garantia a muitos pacientes com atendimentos psicológicos, cardíacos e tantos outros, essenciais para o momento em que vivíamos. Esses procedimentos, já anteriormente em análise, estudos e legalização, precisaram ser implantados com celeridade devido a pandemia da Covid-19. Desta forma, engana-se quem acha que a telemedicina foi uma saída de emergência ou algo feito às pressas.

Mais do que nunca, pudemos perceber que essa nova modalidade deixou de ser tendência para se firmar como um meio de atendimento médico seguro e eficaz. Tanto em questões de saúde, quanto em dados e informações. Além de inúmeras ferramentas que poderíamos citar aqui, temos aquelas que auxiliam tanto médicos quanto pacientes nos cuidados preventivos de saúde. Estamos falando de aplicativos, celulares, pulseiras e tantas outras ferramentas que já fazem parte do nosso dia a dia e que podemos utilizar para o bem-estar.

Pesquisas apontam que os brasileiros são adeptos a essas novas tecnologias. A da Nuvem Sinch, realizada 2,8 mil pessoas em mais de 40 países, mostra que 43% dos brasileiros, utilizaram a telemedicina durante a pandemia de Covid-19. Dentre os adeptos das consultas online, 71% começaram a cuidar da saúde por meio de plataformas digitais.

Os números confirmam o que já vemos há muito tempo dentro dos consultórios. São inúmeras as vezes em que os pacientes nos pedem indicações de APPs para auxilia-los no hábito de tomar água, controlar os momentos de stress, além dos monitores de sono e atividades físicas.

A vida moderna e a cultura do imediatismo nos levaram a buscar esses mecanismos, em que o tempo precisa ser otimizado. Porém, vale sempre fazer um alerta aos médicos e principalmente aos pacientes: nenhum equipamento ou novidade tecnológica substitui a avaliação de um profissional.

A modernidade é nossa aliada, mas nunca deve ser a substituta de um atendimento humanizado, atencioso e que gere um diagnóstico preciso. Ela vem complementar o que o médico e o profissional da área tem a dizer, mas nunca substituir.

Carlos Mortean é diretor da Paraná Clínicas, empresa do Grupo SulAmérica. Médico há mais de 37 anos, foi um dos responsáveis pela implantação da telemedicina na operadora.