Rodeados pelos outros, mas sabendo que estamos sozinhos!
(James Hollis)
Izaura Varella
Quando uma mãe abre-se para o parto, a criança nasce só, na sua vez… Mesmo sendo paridos gêmeos cada um tem a sua vez, de vir a este mundo, portanto, sozinhos somos desde o nascimento!
Não há que se ter dependência. Quando a dependência se instala, simplesmente, algo não vai bem. O homem nasce com utilidade e precisa se esforçar para manter esta utilidade e nunca ficar à sombra da dependência. Como diz o Padre Fábio de Melo: “põe o Padre Fábio, no
sol, tira o Padre Fábio do sol”…!
Quando a pessoa desenvolve certa utilidade ela não precisa estar ao sol dependendo do outro. Claro, estamos falando de pessoas sãs, que não desenvolveram nenhuma doença que conduz à ajuda do outro. Estamos falando da pessoa que nasce só e sozinha ela tem que construir o seu destino. E isto só acontecerá se ela encontrar a verdade, a absoluta clarividência, que viemos ao mundo sós e sós voltaremos onde Deus quiser.
Dissipar todas as dúvidas no momento de tomar decisões implica em empenho e esforço. Vejo a jovem que se arruma para uma festa e pergunta; “Que cor de roupa vou usar? Está bem assim?” e cheia de dúvidas precisa da aprovação de outrem para se sentir bem. Se vista do jeito que quiser e espere os resultados de sua experiência de não depender da palavra de ninguém para ser aprovada. Somos nós mesmas que aprovamos nossas atitudes, desde que as regras gerais do vestir não sejam infringidas, do comer, do divertir-se, do amar…
Quando uma pessoa amadurece ela percebe que a responsabilidade da jornada pela vida só depende dela mesma. Seria como estar dormindo sozinho num navio, como dizia James Hollis, o navio balançando está em perigo e não há nenhum porto à vista, simplesmente, no meio do mar revolto e amedrontador! A nossa única opção seria voltar a dormir e deixar acontecer, pular do navio ou agarrar o leme, mesmo não sabendo nada da vida marítima e seguir a viagem…
Tomar a decisão é a grande aventura da alma e nunca está bem clara… Seria a decisão certa? Mas, se o navegante agarrar o leme ele assume a responsabilidade pela sua própria jornada.
Esta jornada pelo mar borbulhante, fascinante, mas, amedrontador pode ser assustadora, terrível, cheia de imprecisões, de erros e acertos, de vai e vem, de críticas por não ter feito diferente ao
que se propôs. E nesta jornada se toma decisões! Porém, assumimos nossa responsabilidade pelos erros e acertos por mais assustadora que seja a jornada, por mais injusta, por mais imprópria, por mais solitária, que ela seja. Mas, conseguir pegar o leme da própria jornada da vida, assumir a responsabilidade do comando do seu caminho tem um valor maior porque estas decisões podem definir sua vida. E isto já e um grande acerto, pode acreditar!
E toda a verdade desta descoberta de conduzir seu próprio caminho só virá de dentro de nós, nadando pelo mar revolto com nossas próprias forças!
Izaura Aparecida Tomaroli Varella
Que gosta de pensar no caminho da vida…