Amândio Mathias e suas histórias

AMÂNDIO MATHIAS foi o fundador deste jornal “Tribuna de Cianorte”, no ano de 1.965; porém, foi pioneiríssimo em nossa cidade e participava ativamente, de todos os acontecimentos e dele temos algumas histórias curiosas para contar. Jovem ainda, cheio de imaginação, gostava de “pegadinhas” e de surpreender os amigos com brincadeiras pouco ortodoxas. Tenho um relato de CARLOS YOSHITO MORI, um dos primeiros serventuários da justiça de Cianorte, pai do médico DR. CARLOS EDUARDO MORI.

O “seu” Mori, do cartório, certa vez saiu em dois “jeep” para caçar rãs perto da Olaria da Companhia Melhoramentos. Estavam com ele: Antonio Mota, Wilson Ferreira Varella, e Dr. José Maria Pinto, que era médico em Cianorte. O Amândio estava no segundo “jeep”. Conseguiram caçar dois sacos de rãs; um saco estava no carro de Amândio e o outro estava com o Mori. As rãs estavam todas vivas. Num determinado momento, sem que ninguém visse, o Amândio abriu o saco de rãs que estavam no carro do Mori; as rãs começaram a circular por entre o pessoal e a turma pulou para fora, começaram a reclamar das rãs que pulavam em cima deles. Se não mbastasse a malandragem,

Amândio levava consigo uma garrafa de pinga e sem que ninguém soubesse colocou uma cobra dentro da garrafa; de noite, e para acalmar o pessoal, no escuro, todos tomavam um gole, sem dar conta que a cobra já tinha até morrido. O “seu” Mori contava estas histórias engraçadas, sempre alegre como era.

Outra história contada pelo “seu” Mori é de outra pescaria. Reuniram-se o Sassaka, o Mori e o Amândio e foram pescar no Rio Ivaí. Sem estrada asfaltada, socando na areia, lá foram todos, cada um levando um sanduíche. O “seu” Mori, tinha muito medo de rio, de água, e ficou pescando na barranca do rio e os outros dois entraram Ivaí adentro. Lá pelas três ou quatro horas da manhã deu fome e eles voltaram para a barranca do rio para comer os sanduíches. O Amândio chegou e logo comeu o seu sanduíche e como tudo estava no escuro, ele colocou uma minhoca dentro de cada sanduíche, tirando a mortadela dos sanduíches. Todos comeram os sanduíches e não perceberam que comeram a minhoca no lugar da mortadela.

Enfim, são histórias de pescadores, dos primeiros tempos, que para se chegar ao rio Ivaí era um verdadeiro desafio por entre a mata, passando por picadas e onde só um jeep entraria. Estes pioneiros, todos já morreram, mas nunca saíram de nossas lembranças e sobretudo, de nossa história. A história de Cianorte também é pitoresca!
Izaura Aparecida Tomaroli Varella
Contadora de histórias