Número de passageiros na Rodoviária de Cianorte cai até 90% durante a pandemia

A pandemia do novo coronavírus também mudou a rotina no Terminal Rodoviário de Cianorte. De acordo com dados levantados pela TRIBUNA DE CIANORTE, a movimentação de passageiros no local caiu cerca de 90%, principalmente, nos primeiros meses da pandemia. Durante esse período, as viagens foram canceladas e as pessoas ficaram receosas de andar de ônibus. Nos últimos meses, o movimentou teve uma melhora, mas ainda segue com redução de 80% no número de passageiros.

De acordo com o auxiliar administrativo da rodoviária, Samir Ribeiro de Lima, as linhas ficaram fechadas nos dois primeiros meses. “Primeiro as linhas foram fechadas, depois ninguém viajava para lugar nenhum. Em seguida as linhas metropolitanos, as que são para as cidades vizinhas retomaram”, afirmou. Segundo o auxiliar administrativo, com o tempo o número de linhas foi ficando disponível. “Voltou bastante linha, mas ainda vejo que as pessoas têm medo de viajar”, acrescentou. “As linhas metropolitanas melhoraram muito. Ficamos felizes com a movimentação. Viagens para Jussara, Tapejara, São Tomé foram retomadas”, completou.

Conforme auxiliar, a empresa que administra a rodoviária é terceirizada e fatura a partir das taxas das passagens. Segundo ele, a empresa chegou a ficar sem receber no começo na pandemia. “Como somos terceirizados, tivemos cortes em tudo. Tivemos que vender terrenos, veículos e manter o contrato com a prefeitura”, explicou.

“Chegou a cair 100%. Depois tivemos uma arrecadação de 5% e agora chegamos a 10%”, disse Almeida. A empresa cobra as taxas em viagens acima de 40 quilômetros de distância.

Para ajudar no corte de gastos, a equipe que antes contava com dez profissionais, hoje trabalha com sete. “Tivemos que dispensar três funcionários e outros três trabalham apenas 30% do horário normal”, explica o auxiliar.

Segundo Almeida, a retomada do movimento normal deve acontecer apenas quando houver uma vacina disponível. “Estava esperando que fosse voltar em agosto, aí depois setembro. Mas as empresas ainda só estão com 30% dos motoristas trabalhando. Não dá para estipular um prazo. Acredito que volte uns 50% ao normal quando tivermos a vacina. Enquanto isso o pessoal não viaja, querendo ou não, eles ficam com medo”, afirmou.

Empresas

De acordo com a funcionária de uma das empresas de transporte da rodoviária, a viação toma todos os cuidados com relação às viagens. “Estamos tomando todos os cuidados possíveis, Um lado fica apenas poltronas individuais e do outro lado conjugada. Temos muito álcool em gel, no embarque temos tapete com produto, medimos a temperatura do passageiro. Só é permitida a entrada com máscara. E ainda temos a cortinas separando os bancos”, explicou.

Apesar dos cuidados tomados pelas empresas, muitas pessoas ainda têm medo de viajar o que reduziu expressivamente o movimento. “Caiu bastante o movimento. As pessoas ainda têm muito receio de viajar, eles viajam mais por necessidade mesmo”, disse a funcionária.

Conforme a funcionária, o movimento chegou a cair 90% no início da pandemia e hoje chega a uns 50%. “Agora começou a voltar. Antes ainda tinham muitas linhas cortadas. Então as empresas pararam, mas agora estão retomando”, esclareceu.

TÁXI

De acordo com taxista Valentim Hélcio José, a pandemia trouxe prejuízos, mas dá sinais de melhoria na movimentação de passageiros. “Agora começou a melhorar um pouco, temos visto um pequeno sinal. O movimento de passageiros tem aumentado, mas as pessoas não estão saindo de casa, quando começarem a sair de verdade, vai melhorar. É o que esperamos”, disse o taxista.

Conforme o taxista, as viagens com passageiros variam muito. “Antes fazíamos de quatro a cinco corridas. Nos dias de movimento até 12. É muito variável, às vezes uma viagem é suficiente para o movimento do dia. Mas durante a pandemia está muito mais fraco, nem compara”, explicou.

Movimentos nas lojas de conveniência caiu 80%

Há mais de 30 com uma loja de conveniência na rodoviária, o comerciante Odécio Bravo, teve muito prejuízo devido à pandemia.  “Ficamos 17 dias fechados no começo e deu muito prejuízo. O movimento caiu muito”, afirmou. De acordo com o comerciante, no começo da pandemia o movimento no local caiu cerca de 80% do número normal de clientes. Hoje, o movimento já começou a aumentar e chega aos 40%, em comparação com o ano passado.

De acordo com Bravo, ainda não foi possível recuperar os prejuízos registrados no começo da pandemia. “Ainda não consegui recuperar, está bem devagar. Tenho outra fonte de renda que vem de aluguel, mas está muito difícil, a maioria foi demitido”, contou.

Para o comerciante, o fim de ano ainda pode trazer um fôlego aos proprietários das lojas de conveniência.

Proprietário de uma loja de conveniência desde a década de 90 na rodoviária, Dalton Pires de Almeida, também teve prejuízos com o fechamento do comércio logo no início da pandemia. “Nesse período ainda houve a paralisação dos ônibus de São Paulo, a região também ficou parada, então ficamos uns três ou quatro meses parados. Tive muito prejuízo, pois a gente depende mais de passageiro”, afirmou o comerciante.

Segundo Almeida, o movimento em sua loja chegou a cair 80% e hoje segue com uma queda de 60%. “No mês passado começou a dar uma melhorada, começaram a vir mais ônibus. Estão liberando as linhas aos poucos”, relatou.

Comerciantes acreditam que férias do fim do ano podem colaborar com a movimentação. Foto: Renata Martins

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