Quebra da safra do milho atinge 60% na região

Da Redação

Os obstáculos climáticos como a seca e a geada prejudicaram a safra de grãos deste ano na região, e no Paraná. A estiagem que começou antes do previsto obrigou os produtores a atrasar o ciclo do plantio. Com meses seguidos de pouca chuva e registro de geada intensa, a quebra na produção do milho de 2020/2021 nas cidades da região, chegou a atingir os 60%. Média maior que a do Estado, que foi de 58%.

Apenas no fim de junho houve registro de volume de chuva considerável para a produção. Foram dois dias isolados com 20 a 30 milímetros de precipitação. Segundo o levantamento parcial do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, a produtividade de milho este ano ficou em torno de 30 a 40 sacos por hectares, em uma estimativa de 100 sacos por hectares, que foi a produtividade do ano passado.

A qualidade do grão também foi afetada, principalmente nas áreas atingidas pela geada. Impacto sentido pelos produtores principalmente na hora de vender o produto, que com a qualidade inferior, terá desconto no valor negociado.

Segundo os especialistas, para a safra do verão é esperado o plantio de 50 a 100 hectares de milho na região.

SOJA

De acordo com o levantamento da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas de Maringá (Cocamar), 11 mil hectares estão previstos para serem ocupados com a cultura da soja na próxima safra, em Cianorte e região. A expectativa é de começar o plantio em até 10 dias, para isso é necessário uma chuva de 30 a 40 milímetros.

“A expectativa do produtor é muito grande para que chova e ele consiga plantar agora no final de setembro e começo de outubro. Assim ele pode colher esse soja mais cedo, plantar e colher o milho mais cedo, e tentar fugir do ciclo de estiagem e geada”, explica o engenheiro agrônomo, Luiz Fernando Pricinotto.

GEADA

A geada que atingiu o estado no mês de julho afetou 70% das lavouras da região. Diferente dos outros anos, o fenômeno prejudicou mais áreas do que nos anos anteriores. A cana precisou antecipar o corte, produtores de mandioca perderam muita rama, que é utilizada para o plantio. A maior parte das pastagens foi queimada e pegou os produtores desprevenidos e sem silagem para compensar a alimentação dos animais.

“Entre as principais culturas da região, a cana-de açúcar com ciclo de um a dois anos, a pastagem que é uma cultura perene, e a mandioca com ciclo de um ano e meio a dois, ainda tentam se recuperar dos prejuízos. O milho que tem o ciclo mais curto precisou ser plantado em março, com um mês de atraso, e colhido em agosto. Sem tempo par se recuperar”, explica Pricinotto.