Professora de creche nega ter abusado sexualmente de alunos 

Uma professora de 46 anos, moradora de São Tomé, foi presa acusada de cometer o crime de estupro de vulnerável em um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) de Cianorte, onde cuidava de uma turma do maternal. Ela foi detida pela equipe da Polícia Civil, que deu cumprimento a um mandado de prisão preventiva, na manhã desta terça-feira, 16, por volta das seis horas. Após a prisão ela foi interrogada e negou o crime. Ela não possui antecedentes criminais.

A educadora é acusada de cometer atos libidinosos contra os alunos e os incentivar a praticá-los, fatos que teriam iniciado em 2018.

Conforme o delegado Carlos Stecca, no decorrer de 2018, nas dependências do CMEI, enquanto trabalhava como educadora infantil, a mulher abusou de dois meninos, entre três e quatro anos de idade. “Depois disso, eles passaram a ter comportamentos inadequados, estranhos que chamaram atenção dos pais”, informou. Após abordagens psicológicas com as crianças e analisados outros materiais que comprovavam a situação, a Justiça deferiu o pedido de prisão preventiva.

Segundo o delegado, a investigação contou com depoimentos de testemunhas não oculares – pois os abusos aconteciam clandestinamente, sem a presença de outros adultos –, relatório psicológico e um vídeo gravado pelos pais de um dos meninos com o relato do que acontecia. Stecca ainda acrescentou que, como os fatos ocorreram em 2018, imagens de câmeras não ficam registradas por um período tão longo.

De acordo com o delegado, foi apenas no início deste ano que um dos meninos revelou aos pais sobre o que acontecia no CMEI. “A partir da revelação da criança, eles o levaram em um psicólogo e mantiveram contato com a Polícia Civil para registrar a ocorrência”, explicou. A investigação teve início em março.

“A polícia não colhe depoimento de crianças nessas circunstâncias. Ela é ouvida por um psicólogo e acompanhada por várias sessões. A cada sessão, o psicólogo conversa com ela, extrai alguma coisa dela e vai montando o quebra-cabeça”, explicou Stecca.

Além disso, segundo o delegado, as crianças ainda informaram sobre dois outros meninos, amigos das primeiras vítimas, que também teriam sofrido abuso. “As investigações agora prosseguem na tentativa de confirmar realmente a pratica desses abusos contra essas duas vítimas, totalizando quatro. Não se descarta a possibilidade de que outras crianças tenham sofrido condutas similares praticadas pela mulher”, acrescentou.

Depois de presa, a mulher foi encaminhada a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), fez exames, inclusive o teste de Covid-19, e foi levada para a delegacia. Ela segue detida e está à disposição da Justiça na Cadeia Pública de Cianorte.

“O inquérito policial instaurado para apurar os abusos praticados contra as duas primeiras vítimas será concluído na semana que vem e encaminhado ao poder judiciário, para que seja analisado e siga com a ação penal”, concluiu o delegado Carlos Stecca.

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura, por meio da Divisão de Educação Infantil, declarou que abomina todos os tipos de violência conta crianças e que está disposta a colaborar com as investigações. Além disso, irá instaurar um processo administrativo a fim de investigar os fatos. A secretaria esclareceu que a educadora infantil acusada é servidora pública desde 2012.

Lei

Conforme lei prevista no Código Penal  que define o crime de estupro de vulnerável, o ato consiste em uma prática de conjunção carnal ou ato libidinoso com menor de 14 anos, como carícias, masturbação, entre outras. A pena prevista é de reclusão entre oito a 15 anos.

 

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