Justiça determina afastamento do vereador Dadá e de seu assessor

Da Redação com Assessoria CMC

Depois de ser acusadoe preso após a sua reeleição como vereador em 2020, por possível esquema de “rachadinha”, o vereador Adailson Ignácio da Costa (Podemos), mais conhecido como Dadá, e seu assessor parlamentar José dos Santos Bárbara, o Zico, foram afastados de suas funções pelo juiz Thiago Cavicchioli Dias na Câmara de Vereadores de Cianorte.

O vereador é acusado de receber parte dos salários de seu assessor. Ele chegou a ser preso por dois dias e foi liberado depois de pagar fiança.

Na segunda-feira, 1º, durante a primeira sessão ordinária de 2021 do legislativo, o presidente da Câmara de Cianorte, Wilson Pedrão (Republicanos) foi notificado pelo juiz sobre o afastamento. “Foi feito um pedido do próprio Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) epara o afastamento do vereador e seu assessor no intuito de que não pudesse haver interferências, porque sempre tem conversas e isso seria para transcorrer o caso sem influências”, explicou o presidente da Câmara.

A medida impede o vereador e o assessor de exercerem suas funções públicas, bem como a proibição de acesso e frequência de ambos às dependências do órgão, além de contato com outras pessoas, sem recebimento de salário.

Diante da determinação, o vereador Afonso Lima, apresentou pedido de cassação do mandato de Dadá. “O vereador Afonso se colocou à disposição para fazer o pedido de cassação. Então foi montado esse pedido e depois instaurado essa comissão processante”, disse Pedrão.

A comissão processante, formada a partir de sorteio, conta com os vereadores Thiago Fontes (presidente da comissão), pastor Dejair Barbosa Melo (relator) e Marcão Madeforte (membro). “Eles vão ouvir as testemunhas e darão todo o direito de defesa ao Dadá”, disse Pedrão. A comissão terá 90 dias para apurar, avaliar os fatos e votar pela cassação ou não do vereador.

“Os vereadores da comissão vão analisar o processo, ouvir os advogados de defesa, para que então a comissão forme uma opinião e dê um parecer que vai ajudar na sessão de cassação. Dessa forma, plenário vai decidir, não são apenas os três que decidem. A votação vai a plenário. Caso ele seja absolvido, o Dadá será reintegrado. Se for cassado, ele tem os poderes políticos perdidos”, esclareceu o presidente.

A suplente Neuza Casassa deve assumir a cadeira enquanto Dadá estiver afastado.

Além da perda de mandato, o vereador pode ser condenado a uma pena de 2 a 12 anos de prisão.

Wilson Pedrão: “Se ele for absolvido, o Dadá será reintegrado. Se for cassado, tem os poderes perdidos”
Foto: Renata Martins

Outro lado

O vereador Adailson Ignácio da Costa, o Dadá, afirmou que ainda não recebeu a notificação, a qual tem o prazo de 5 dias, mas que vai se manifestar ao longo do processo. Já seu advogado, Maurício Gonçalves Pereira, disse, em vídeo, que tomou conhecimento dos desdobramentos na manhã desta terça-feira. “A defesa preparará o recurso cabível junto à Justiça Estadual do Paraná. Acreditamos ser possível a suspensão da decisão, na medida em que tantos os fundamentos expostos pelo Ministério Público quando a própria decisão, carece de fundamentos”, pontua.

Em nota, a Câmara de Cianorte esclarece que foi notificada na tarde de segunda-feira, 1º, por meio do ofício 062/2021, e afirma ainda que segue colaborando com as autoridades, como também respeita a decisão judicial e que irá cumpri-la integralmente.

Prisão

O vereador Dadá foi preso no dia 30 de novembro de 2020 suspeito de participar de um esquema de “rachadinha”, segundo investigações do Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Segundo as denúncias, do total de R$ 4,2 mil recebidos pelo seu assessor, R$ 1.138 eram usados para pagar despesas de Dadá. Ele ainda recebia R$ 760 em espécie, dinheiro que estava em seu bolso no momento do flagrante feito por policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Na época o advogado do vereador, Maurício Gonçalves Pereira, disse que n que o parlamentar erainocente. O advogado alegou ainda que não existiam elementos para prisão em flagrante.

O Gaeco cumpriu mandados em endereços do vereador Dadá, incluindo o gabinete do parlamentar.

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