Internações por síndrome respiratória no Paraná crescem 507% em 2020; mortes mais que dobram
Dados do InfoGripe, sistema de informações mantido pela Fundação Oswaldo Cruz, mostram que o Paraná segue com uma incidência muito alta de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), inclusive com tendência de crescimento no número de casos.
Desde o começo do ano até o dia 20 de junho, o estado registrou um total de 8.741 casos de SRAG. A média para o período, considerando os anos de 2010 a 2019, é de 1.441 registros. Somente na última semana analisada foram 1.036 casos, recorde da série histórica.
Com relação aos óbitos, foram 781 neste ano, ante 328 no ano anterior.
Os casos de SRAG são de notificação obrigatórios em todo o país e incluem hospitalizações de pacientes que apresentaram sintomas como febre, tosse ou dor de garganta e dificuldade de respirar e óbitos de pessoas que apresentaram esses sintomas, mesmo que não tenham sido hospitalizados. Este quadro pode ser resultado de vírus respiratórios, como o vírus da influenza e, mais recentemente, o novo coronavírus.
No Paraná, o pico de casos de SRAG costuma acontecer entre as semanas 26 e 28 (21 de junho a 11 de julho), que costumam registrar 13,45% do total de internações por SRAG num único ano. O périodo de atividade intensa dessas síndromes, contudo, é longo, iniciando-se na semana 19 (que neste ano caiu entre os dias 3 e 9 de maio) e só se encerrando depois da semana 29 (12 a 18 de julho).
Importante explicar que os dados do InfoGripe são coletados a partir do Sivep-gripe (banco de dados do Ministério da Saúde) e são atualizados frequentemente, pois ali há o que se chama de 'oportunidade de digitação', que é o tempo entre a ocorrência do evento (primeiros sintomas e notificação) e digitação dessa notificação no banco de dados informatizado. Dessa forma, as estimativas apresentadas no InfoGripe consideram esse perfil de atraso entre eventos e vão sendo atualizados na medida em que chegam os novos dados.