Iniciativas tentam reverter aumento da evasão escolar pós-pandemia

Da Redação

Profissionais da educação que integram o Núcleo Regional da Educação (NRE) de Cianorte estão empenhados em ações direcionadas a diminuir a evasão escolar na região. De acordo com o órgão, as cadeiras escolares passaram a ter mais desistentes desde o retorno das aulas de modo presencial.

Durante a última semana, a média de frequência diária das 21 escolas dos 12 municípios da região é de 86%. Antes do período de retorno presencial, essa média era de aproximadamente 95%. O percentual de falta diária é de 13,4%.

O chefe do NRE, Emerson Tolentino de Matos, explica que para situações de evasão escolar, os professores são orientados pela Legislação. Mas os trabalhos têm superado o que é previsto por lei.

“A legislação orienta que os professores entrem em contato com a família do aluno após cinco dias consecutivos de falta ou sete dias alternados. Mas o contato tem sido feito bem antes disso, para conversar e orientar o aluno a retornar para as aulas. Muitas vezes essa orientação é feita na residência do aluno”, explica.

O problema da evasão escolar contribui para outros problemas, como o trabalho infantil. Com o avanço da pobreza, agravada pela crise sanitária, em muitas famílias, alunos assumem um papel da geração de renda e ingressaram no mercado de trabalho.

Mesmo com opção de transferir os estudos para o período noturno, alguns alunos desistem de concluir os estudos. “Desde o inicio do ano estamos encontrando cada vez mais situações como essa. Alunos, principalmente do ensino médio, que já trabalham para ajudar os familiares e desistem de concluir. Em outras situações eles simplesmente deixam de acreditar que a educação é importante em sua vida e perdem o interesse de estudar”, comentou Matos.

Os atestados de saúde também é um dos principais motivos que afastam os alunos das salas de aula. Além da epidemia de casos de dengue em Cianorte e região, a Síndrome Respiratória permanece como um agravante para os alunos. “A recomendação é que alunos que apresentem sintomas gripais evitem ir para a escola e manter contato com outras pessoas. Nesses casos, muitos pais avisam  e os alunos permanece estudando com os matérias, em casa”, finaliza.

BRASIL

No Brasil, número de crianças fora da escola praticamente triplicou. Um estudo, divulgado no final do ano passado pela ONG Todos Pela Educação, identificou que a evasão escolar no Brasil praticamente triplicou durante a pandemia, com aumento de 171%. Em 2019 haviam 90 mil crianças com idade de 6 a 14 anos fora da escola, número que saltou para 244 mil no segundo trimestre de 2021. Nesse período, a taxa de jovens nessa faixa etária matriculados caiu quase dois pontos porcentuais, passando de 98% para 96,2%.

Já no ensino médio, onde a evasão costuma ser mais alta por conta de situações como a necessidade de se trabalhar e a maternidade precoce, a taxa de evasão escolar teve queda. Em 2019, 87,7% dos adolescentes estavam nalguma escola, porcentual que em 2021 subiu para 91,3%. Em termos absolutos, são 407,4 mil jovens de 15 a 17 anos fora da escola, sem ter completado o Ensino Médio.