Formigas gigantes invadem cidades no Paraná

Por Jornal O Paraná

Começou mais um período de revoada das saúvas, que muitas pessoas chamam de formigas gigantes. A revoada dessa espécie de formigas é observada em cidades do Paraná. De acordo com especialista, esse é o período de acasalamento e saída dos ninhos, um fenômeno natural e que acontece todos os anos.

O professor Amarildo Passini, da UEL (Universidade Estadual de Londrina), que é especialista em insetos, explica que essas formigas são fêmeas de saúvas, também conhecidas como cortadeiras, que saem para acasalar quando encontram as condições ideais.

“Elas saem dos ninhos com o calor da primavera e a umidade do solo. Estávamos sem boas chuvas há três ou quatro meses. Como tivemos uma chuva boa, que umedece bem o solo, elas saem do solo para a revoada, para o acasalamento. Como uma semente, vai dispersar para outras localidades”, explicou o professor.

Apenas 10% delas conseguem cumprir a missão e sobreviver, as demais acabam morrendo em poucas horas.

“Em 24 horas ela precisa estar enterrada no solo. As que tiverem sucesso, serão acasaladas e depois vão escavar o solo em torno de oito horas. Se ela não encerrou esse período até umas 10h da manhã, ela morrerá por desidratação, por predadores, que são os pássaros especialmente ou por formiga carnívoras, que são conhecidas como lava pés”, detalhou o professor Amarildo Passini.

“As que não tiveram sucesso de escavar e entrar embaixo da terra, não precisa se assustar. Elas não têm veneno, só a mordida é um pouco dolorida, mas não fazem mal. Se não mexer com elas, deixá-las no local naturalmente, ela não vai atacar. O interesse dela é achar um local para escavar e se esconder”, acrescentou.

Em termos de prejuízo a jardins e lavouras, a preocupação maior não deve ser com essas formigas gigantes, mas com os filhos delas, que devem sair da terra daqui uns três meses, aproximadamente.
“Elas vão em Flamboyant, Santa Bárbara, em culturas como café, hortaliças. Antigamente, elas tinham um cardápio menor e agora está mais amplo. Elas ficaram mais vorazes em termos de diversidade de vegetação”, concluiu o professor da UEL.