Com média de 39,7 doações efetivas, Paraná reassume a liderança em doações de órgãos

Bem Paraná 

Mais vidas foram salvas no Paraná durante o primeiro semestre de 2022 em razão de ações implementadas pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) voltadas para a logística e o condicionamento de órgãos para transplantes, além do trabalho de sensibilização para o tema.

Com agilidade e uma rede robusta de apoio, o Estado ultrapassou Santa Catarina e retomou a liderança em doações de órgãos. Foram 39,7 doações efetivas na média por milhão de população (pmp), um incremento superior a 10% em relação ao índice alcançado no fim do ano passado (35,8).

Santa Catarina alcançou 37,9 pmp, seguida pelo Ceará com 24,9. A média nacional é de 15,4 pmp.

Em números absolutos, o Paraná ocupou a segunda colocação, com 230 doações efetivas nesses seis primeiros meses, atrás de São Paulo (453 doações), que possui quase quatro vezes mais habitantes. Os dados são do último balanço do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

Além do primeiro lugar em doações, o Paraná permaneceu na liderança nacional por milhão de população em transplantes de rim entre os 20 estados habilitados, com 36,6 pmp e um total de 212 transplantes. Foi, ainda, o vice-líder em cirurgias de fígado, com 151 transplantes e 26 pmp.

O Estado também apareceu entre as seis unidades da Federação que fizeram transplantes de pâncreas (0,7 pmp), pulmão (0,2 pmp), medula óssea (29,1 pmp) e córnea (70,2 pmp). O relatório revelou também que o Paraná ficou em sétimo lugar em procedimentos do coração. Foram sete transplantes ao longo do semestre.

O Sistema de Transplantes do Paraná é um dos melhores do Brasil. Há uma grande estrutura de profissionais capacitados, transporte eficiente e ágil e a menor recusa em doações do país. No caso de doadores que estejam a mais de 200 quilômetros de distância do receptor, há apoio aéreo para agilizar o procedimento. Pelo menos cinco aeronaves do Governo do Estado dão este suporte. Somente em 2021 foram 65 missões de voo para o transporte de 194 órgãos.

BAIXA RECUSA

Ainda segundo o documento, o Paraná manteve o bom desempenho dos anos anteriores e permaneceu com a menor taxa de recusa familiar para doação do Brasil, com apenas 27%. O maior motivo da não concretização da doação de órgãos no Estado, segundo a pesquisa, foi a contraindicação médica (32%).

Outro ponto destacado é que enquanto a fila de espera por um órgão era de 51.674 pessoas no Brasil (até junho), no Paraná ficou em 2.475. Na pediatria o resultado é semelhante: 1.009 pacientes (nacional) ante 51 no Paraná.

RECORDE

Em 2021, o Estado contabilizou recorde de notificações de potenciais doadores, com 1.257 registros. A notificação é fruto de um trabalho de sucesso do SET, estruturado pela Central Estadual de Transplantes (CET/PR), com quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPO’s) que atuam com as 67 Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) nas ações de identificação de potenciais doadores, acolhimento e entrevista familiar para doação de órgãos e tecidos.