Com mais de quatro mil casos, Cianorte vive pior momento da doença em 20 anos 

O ano de 2020 é considerado o pior momento de Cianorte com relação aos números de casos de dengue notificados em 20 anos de estatísticas e monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde. Até a primeira semana do mês de junho ( a pasta contabiliza os casos registrados a partir de janeiro) foram registrados 4.134 casos de dengue em 2020. O segundo ano com maior número de registros foi 2019, com 850 confirmações, seguido de 2013, com 751 casos de dengue. Esses números se referem exclusivamente aos casos contaminados considerados autoctones.

Conforme a supervisora do Programa de Combate às endemias, da Secretaria Municipal de Saúde, Vera Fusisawa, este foi o pior ano não apenas no município. “Foi o pior ano no Brasil, pra muitos estados e para o Paraná, principalmente”, afirmou.

De acordo com a supervisora, o maior motivo pelo aumento expressivo no número de casos se deve ao mosquito com vírus do tipo dois. “Atribuo o aumento a um tipo de vírus que não circulava muito, o tipo dois. A população então ficou suscetível ao vírus, todos tenderam a se contaminar”, explicou.

“Já tivemos várias epidemias e as pessoas se contaminam. Se ela teve daquele tipo não vai ter mais, mas ela pode ter de outro tipo. Os tipos um e três circularam, muitas pessoas pegaram. Então agora não tem muitas pessoas para pegar. Mas o tipo dois, como não tinha passado por aqui, todos ficaram suscetíveis”, esclareceu Vera.

Além disso, Vera informou que o Governo do Estado demorou para mandar veneno para o município. “Veio para (o distrito de) Vidigal, fizemos cinco ciclos a muito custo. Não tínhamos nem bomba costal. Apenas no final de abril que vieram dois carros de fumacê. Isso colaborou muito com a redução dos casos”, afirmou. Segundo Vera, foram feitos cinco ciclos em praticamente toda a cidade, com intervalos de três a cinco dias.

Como aponta o levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde, Divisão de Prevenção à Saúde, o mês que mais registrou casos de dengue foi março, com 1.979 registros, seguido de abril, com 956 confirmações, uma redução de quase mil registros positivos.

Conforme Vera, a redução acontece com a junção da aplicação do veneno, principalmente, e com o ciclo da aplicação química. “Com o clima esfriando bastante, e cinco ciclos de veneno, acontece a redução dos mosquitos contaminados. Ainda podem nascer em criadouros, temos achado alguns, mas já diminuiu muito. E nós continuamos fazendo bloqueio, pois ainda temos fontes que contaminam”, reforçou.

A supervisora afirmou que mesmo com a redução das chuvas, o município teve um alto registro da doença, pois mesmo sem criadouros a região contava com um grande número de mosquitos adultos. “Mesmo quando começamos a ter um período onde não tinha criadouro – formados pelas chuvas –, tínhamos os mosquitos adultos e eles continuaram fazendo vítimas. E aí era o momento que precisa do fumacê. Vidigal parou quando teve o veneno e aqui também reduziu muito”, afirmou.

Apesar da redução das chuvas não ter colaborado tanto com a diminuição dos casos, “se tivéssemos em um período chuvoso teria sido muito pior”, acrescentou Vera.

Vera ainda reforça que a dengue é preocupante e que precisa da atenção e colaboração das pessoas. “É uma situação difícil, você depende de outro órgão, da população, não é uma coisa que podemos resolver sozinhos. Cada um fazendo sua parte, se um deixa de fazer já não funciona”, alertou.

A supervisora ainda reforçou que a equipe do programa de combate às endemias seguem fazendo visitas e limpando terrenos, visando a redução dos focos.

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