Captação de órgãos e tecidos no Fundhospar já salvou mais de 1mil pessoas

Da Redação

A doação de órgãos é uma das principais armas da medicina para salvar vidas. Apenas uma pessoa é capaz de ajudar mais de 20, através da doação de órgãos e tecidos. Em Cianorte, A Fundação Hospitalar do Paraná (Fundhospar), conta com uma equipe que é referência em captação, em todo o país. Desde o inicio do trabalho, em 2006, mais de 1mil pessoas foram salvas através das doações desses familiares.

Em casos de captação de múltiplos órgãos, é necessária uma equipe de até 22 profissionais que trabalham de 5 a 10 horas seguidas, na coleta do material que é entregue ao primeiro na lista do ranking de espera do país. A doação pode acontecer entre pacientes com 3 e 70 anos. Em casos de córnea o limite é 70 anos, coração 45 e em todas as idades, se não apresentar doença e infecção grave, o paciente pode ser um doador.

A morte encefálica, na maioria das vezes, resultado de um acidente vascular ou traumatismo, é um acontecimento em que familiares são pegos de surpresa. Saber fazer a abordagem nesse momento é difícil. As famílias estão chocadas, e ao mesmo tempo, é quando precisam ser abordadas para realizar a doação. Por isso é tão importante que as equipes estejam preparadas para conversar e aumentar a chance de captar órgãos e conseguir realizar os transplantes.

“Nossa meta é entrevistar e acolher todos os familiares. Em casos de morte cerebral não há recusas de familiares já alguns anos. Apenas em casos de coração parado, em situações de mortes rápidas, algumas famílias ainda recusam a doação, mas ainda é um percentual pequeno. Esse resultado é obtido através de campanha e conscientização”, explica a coordenadora de enfermagem da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Maria Alice Fernandes Rufino Bego.

Conversar sobre o assunto com os familiares é um passo importante para garantir a doação em casos permitidos. “Quando ocorre um processo de provável doador, durante a entrevista, os familiares daqueles pacientes que nunca falaram sobre o assunto dificilmente concordam. Aquelas famílias que já viram algo relacionado na televisão, escola, ou falaram sobre o assunto, geralmente respondem com “Sim”. Não existe um documento que assegure esse desejo, por isso é tão importante falar com os mais próximos”, explicou.

Foto: Reprodução

Com o período de pandemia, o número de doadores na Fundhospar sofreu uma queda de 60%, principalmente pelo fato de contaminados pelo vírus não poderem ser doadores. Em 2019, foram registradas 35 captações. No ano seguinte, apenas 11 pacientes puderam doar. Números que voltam a se normalizar no período pós-pandemia. Somente em 2022, foram realizadas 17 captações no hospital.

“Após a vacina e o período de pandemia, passou a ser possível a doação em casos de pacientes já ter tido contato com o vírus. É feito o teste no dia da coleta e apresentando resultado negativo, o trabalho é feito”, conclui Maria.

SETEMBRO VERDE

Com objetivo de conscientizar  e informar sobre o tema, a Fundhospar prepara a campanha de Setembro Verde com o tema “ Doe Órgãos, Salve Vidas”.

A 8ª edição terá abertura no dia 31 de agosto com uma palestra direcionada aos médicos e profissionais de saúde, ás 19h30, na sede da Associação Médica Regional de Cianorte (Amerc). A presença deve ser confirmada através do Whatsapp (44) 99977-1827.

A programação ainda conta com rodas de conversas em escolas e faculdades, além de divulgação, reportagens e participação no desfile de 7 de Setembro.