Operação apura fraude de R$ 339 mil em São Tomé

A Polícia Civil do Paraná deflagrou, na terça-feira, 6, a primeira fase da Operação Sanguessuga. O objetivo é desarticular um esquema de desvio de recursos públicos que teria sido praticado na Associação Municipal dos Servidores de São Tomé (AMUSEP). As investigações começaram em junho de 2024 e apontam indícios de peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Coordenada pela 21ª Subdivisão Policial de Cianorte, a ação contou com apoio da Delegacia de Combate à Corrupção (DECCOR), de Maringá, e da Delegacia de Polícia de Loanda. Ao todo, foram cumpridos 15 mandados judiciais, sendo dois de prisão preventiva, quatro de busca e apreensão e nove de sequestro de bens. A Justiça determinou o bloqueio de imóveis, veículos e valores mantidos em contas bancárias.

Segundo o delegado Luiz Fernando Delta, responsável pela operação, mais de R$ 339 mil teriam sido desviados por meio de fraudes contábeis e contratuais. “Conforme apurado, valores teriam sido desviados da associação por meio de fraudes contábeis e contratuais, e movimentados em contas de pessoas físicas e jurídicas vinculadas aos investigados, inclusive com emissão de cheques para custear despesas pessoais dos investigados”, disse.

Entre os alvos estão ex-diretores da AMUSEP e uma empresa suspeita de atuar na ocultação da origem ilícita dos recursos. Um dos investigados exerce atualmente o cargo de vereador no município de São Tomé.

Durante o cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu carros, uma motocicleta, um jet ski, um ônibus, além de documentos e mídias digitais. Também houve bloqueio de contas bancárias por meio do Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário (SISBAJUD).

A operação é desdobramento de uma denúncia formalizada no início deste ano. O inquérito identificou movimentações financeiras incompatíveis com os objetivos institucionais da associação e indícios de ocultação patrimonial.

Em nota, a Polícia Civil informou que as investigações continuam. Novas diligências podem ser realizadas nos próximos dias, com foco na responsabilização penal dos envolvidos e na recuperação dos valores desviados.

Defesa se manifesta

Em comunicado enviado à imprensa, o advogado Maurício Gonçalves Pereira, representante do vereador Erivaldo da Cruz e de Onassis Caio Ferreira Leite, declarou que a defesa ainda não teve acesso completo aos autos da investigação.

Apesar disso, segundo ele, “reitera sua confiança na Justiça e está convicta de que, no decorrer da instrução processual, todos os fatos serão devidamente esclarecidos, assim como será comprovada a inocência das partes”.

A nota destaca ainda que “o direito à ampla defesa e ao contraditório são pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito e serão integralmente exercidos assim que todas as informações e documentos relativos ao caso forem disponibilizados”.