Adolescentes representam 9% das gestantes de Cianorte

Da Redação com Agência Brasil

A gravidez na adolescência é um tema de saúde pública muito presente nos dias atuais. Segundo o relatório da Secretaria Municipal de Saúde com dados filtrados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), divulgado nesta semana, 9% dos nascimentos registrados em Cianorte esse ano, são de mães adolescentes. Dos 552 nascimentos entre janeiro e julho, 50 foram de mulheres entre 10 e 19 anos, idade considerada pela Organização Mundial da Saúde como adolescência.

Quando analisado os índices dos últimos anos, Cianorte apresenta um aumento no número de gestações nessa faixa etária. Em 2021, foram 1.009 nascimentos, sendo 73 de mães adolescentes (7,23%); em 2020, dos 1.022 nascimentos, 81 pertenciam ao grupo (7,92%). Em 2019 o índice chegou a 10.22%, com 113 mães adolescentes de 1.105 nascimentos.

As gestações desse grupo representa a maioria em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil. Aqui, a taxa de gestantes com menos de 17 anos é de 57%, um pouco menos que em países da África Subsaariana, onde passa dos 60%. Esses dados estão em um relatório do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa).

O estudo traz um panorama de todos os países em desenvolvimento. Neles, mais de 30% das gestações são de adolescentes. Sobre o Brasil, o estudo aponta ainda que, além de altos níveis gestações infantis, a tendência tem sido de aumento ao longo do tempo. No período avaliado pelo Unfpa, o Brasil registrou um crescimento de 10% de partos entre meninas.

No período avaliado pelo Unfpa, o Brasil registrou um crescimento de 10% de partos entre meninas. De acordo com a líder para meninas adolescentes do Unfpa, Satvika Chalasani, o resultado do Brasil condiz com pesquisas regionais. Segundo a entidade, a região da América Latina e do Caribe é a única do mundo onde a idade da primeira relação sexual está caindo. Ou seja, perde-se a virgindade cada vez mais cedo.

O estudo traz recomendações aos países em desenvolvimento para reduzir o número de gestações na infância e adolescência. Dentre elas, a necessidade de fornecer educação sexual abrangente, apoio social e serviços de saúde de qualidade, além de apoio econômico às famílias e envolver organizações locais.

EDUCAÇÃO SEXUAL

Uma pesquisa realizada no mês passado, pelo Datafolha revelou que 73% dos brasileiros acreditam que a educação sexual deveria estar presente nas escolas. Para 90% dos entrevistados, discutir sexualidade em sala de aula ajuda crianças e adolescentes a se defenderem contra o abuso sexual. Outros 81% concordam que escolas devem promover o direito de as pessoas viverem sua sexualidade, independentemente da sua orientação sexual ou gênero.

Educação sexual é um termo utilizado para se referir ao processo que busca proporcionar conhecimento e esclarecer dúvidas sobre temas relacionados à sexualidade. Por sexualidade entende-se o conjunto de comportamentos relacionados ao desejo sexual.

Este processo de educação sobre sexualidade tem sua importância relacionada à prevenção de diversas situações indesejadas, como doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), gravidez na adolescência e experiências sexuais traumáticas e pode ser a principal arma para evitar esses problemas.

Já a Organização das Nações Unidas (ONU) considera que a educação sexual está relacionada à promoção de direitos humanos – direitos das crianças e jovens e o direito que toda pessoa tem à saúde, educação, informação e não discriminação. Por essa razão, a ONU é favorável a implementação de um currículo para educação sexual nas escolas.