São Paulo ainda mais seguro

No final de junho, foi divulgado o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2.022, mostrando que a violência geral no país em 2.021 diminuiu 6% sobre o ano anterior. O número de Mortes Violentas Intencionais (homicídio doloso, latrocínio, por lesão corporal e por intervenção policial) foi de 47.503 pessoas ou taxa de 22,3 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, contra 50.448 e 23,8 de 2.020.

A queda foi observada por todo o Brasil, exceto para a Região Norte, em que houve um aumento de 9% nas mortes violentas, com uma taxa de 33,3 e que é o foco da atenção internacional nos últimos tempos. Mas não é a região mais violenta, é a segunda maior taxa, ainda fica atrás do Nordeste que tem uma taxa de 35,5.

Porém entre os estados, o Amapá é o que tem a maior taxa, de 53,8, um crescimento de  30,2%. Em seguida, vem a Bahia com taxa de 44,9. Depois, o Amazonas com taxa de 39,1, um crescimento de 46,8%, o maior do país. Em quarto lugar, vem o Ceará com taxa de 37,0 e Roraima com 35,5

Entre os menos violentos, aparecem o Rio Grande do Sul com taxa de 15,9, Minas Gerais com 11,4, Distrito Federal com 11,2, e com quase taxa de primeiro mundo, Santa Catarina que tem 10,1. O Estado campeão com taxas melhores que muitas localidades do mundo civilizado é São Paulo com 7,9.

São Paulo, em 2011, tinha uma taxa de 12,0, iniciando uma queda consistente a partir de 2014, apresentando as taxas de 13,2, 11,7, 11,0, 10,7, 9,5, 8,9 e 9,0, no ano passado. É claro que há algo acontecendo neste estado, mas não exatamente nos outros, como, por exemplo, o uso do Método Giraldi para treinar a Polícia Militar e, agora, a utilização de câmeras corporais pelos policiais. Isso é essencial para que a população confie na Polícia (que seja Polis, do grego, cidade) e seja aliada no combate à criminalidade.

Entre as capitais, a mais violenta é Macapá (AP) com taxa de 63,2 e que teve um aumento de 31,2%, seguida de Salvador (BA) com 53,8, aumento de 55,6%, Manaus (AM) com 35,3 e aumento de 52,5%, Teresina (PI) com 33,8 e 37,0%, e Boa Vista (RR) com 31,7 e 34,8%. É mais do que óbvio que é preciso uma política para segurança pública, mas esperar o que desse governo que gosta de comer picanha de R$ 1.799,99 e passear de moto e Jet-ski?

Já entre as melhores, o Distrito Federal que teve taxa de 11,2, mostrou uma queda de 19,4%. Florianópolis (SC) com taxa de 16,1, Belo Horizonte (MG) com 13,6, Cuiabá (MT) com 10,6 e uma queda de 39,4%. A cidade de São Paulo com 7,7 e que teve ainda uma queda de 19,1% sobre 2.020.

Já as mortes decorrentes de intervenções policiais no Brasil subiram consistentemente de 2013 a 2020, saltando de 2.212 mortes para 6.412 e, em 2.021, apresentou leve queda para 6.145. Merece destaque a experiência do Estado de São Paulo que após atingir níveis recordes de letalidade policial em abril de 2020, a Polícia Militar adotou novas tecnologias como tasers e câmeras corporais que mostrou no terceiro e quarto trimestres

de 2021 uma queda de 63,6% e 77,4% na letalidade, ao passo que nos demais batalhões houve crescimento de 9,1% e 10,9%. Sem deixar dúvidas.

Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot.com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano.