Revolução de costumes: A pandemia mudou a rotina e nos aproximou da ciência; Quais serão as tendências daqui pra frente?

Natasha de Caiado Castro

O mundo não saiu ileso das mudanças provocadas pela pandemia da Covid-19, é claro, e agora especialistas vêm tentando entender e explicar qual cenário podemos esperar para o futuro. Meu trabalho é conectar pessoas e empresas de dentro do Vale do Silício e, frequentando esse ambiente fervilhante de inovação, tecnologia e ciência, venho notando também que as alterações sociais e econômicas causadas pela pandemia já começam e vão afetar cada vez mais nossas pequenas atividades do cotidiano e mínimos hábitos do dia a dia.

De 2020 até agora, o mundo ficou mais preso em casa, frequentou menos as ruas e socializou pouco. Assim, as lojas, bares e restaurantes tiveram que inovar em suas tecnologias para entrega, por exemplo. A moda acompanhou o fenômeno: as roupas ficaram mais sóbrias e confortáveis, afinal, passaram a ser usadas para outros fins.

Mas agora, aos poucos as coisas retornam ao que a gente conhecia. Por aqui, no Vale do Silício, a máscara já não é obrigatória e o mundo parece mais com o anterior. O que vemos, em todas as áreas e o tempo todo, é que esse período de pandemia, é claro, levou a uma mudança profunda de paradigmas em quase todos os aspectos da vida, inclusive nas pequenas coisas, que podem passar despercebidas. A mudança para o home office dos profissionais, por exemplo, impactou até o mercado de sapatos, pois ninguém mais viu necessidade de usar certos tipos de calçados como saltos. Ou os cosméticos, como maquiagem. De casa, para que usar essas coisas? Há uma pequena revolução de hábitos e costumes acontecendo, estamos realmente reconfigurando nossas rotinas.

Tudo isso só foi possível porque as mentes pensantes do mundo precisaram buscar inovação. A gente acompanhou isso com as vacinas, por exemplo, a capacidade do homem de inovar a partir de conhecimento e pesquisa, mas esse impulso não ficou apenas na ciência médica, mas em tudo. Na tecnologia para nos servir. Nas artes para entreter. Na moda para nos sentirmos melhor com a nossa própria pele durante o isolamento e trabalhando de casa. Tudo mudou e a pandemia nos mostrou como inovar é necessário.

E todas essas pequenas revoluções vão levar a uma outra mudança fundamental: a nossa aproximação ainda maior com a tecnologia e a inovação. Neste novo normal os avanços vão chegar cada vez mais rápido no dia a dia das pessoas, já que a ideia é que não há mais tempo a perder. A própria população agora já sabe que não podemos mais prever o dia de amanhã com tanta certeza, então, vão exigir, buscar e querer soluções cada vez mais rápidas, eficientes e personalizadas. Com isso, listei algumas tendências que venho observado ao navegar pelas empresas e pessoas que compõem o Vale do Silício e vão ditar os rumos da inovação. Precisamos estar atentos e preparados já que o tal novo normal é o futuro de fato.

Transportes – Tecnologia que vem desenvolvendo vários tipos, desde carros drones , trens supersônicos, turismo para o espaço, frotas particulares de aviões supersônicos, etc. Todos já estão em estado avançado de estudo no Vale.

Inteligência artificial – Há uma busca pela substituição, agora cada vez mais forte, de quase tudo que não seja intelectual por robótica e inteligência artificial, coordenadas por códigos e máquinas. O cérebro humano ficaria mais direcionado para questões estratégicas, éticas e filosóficas.

Personalização – De tudo. Desde remédios com os exames rápidos feitos em casa e lidos pela telemedicina que se desenvolve exponencialmente durante a COVID-19, até a indústria farmacêutica, que se prepara para desenvolvimento de medicação exclusiva e entregue em casa. Mas também em vestuário personalizado, por exemplo, com espelhos inteligentes e mundo 3D.

Biotecnologia – Estudos que têm permitido erradicar doenças e malformações embrionárias. Órgãos capazes de se adaptarem a organismos, possibilitando estender a vida na Terra.

Natasha de Caiado Castro é fundadora e CEO da Wish International, especialista em inteligência de mercado, Content Wizard e Investor. É também Board Member da United Nations e do Woman Silicon Valley Chapter.

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