Relacionamento com você mesmo
“O que eu quero? O que eu sinto? O que preciso fazer para sentir-me bem comigo mesmo?” (James Hollis em ”A Passagem do Meio”)
Se não temos um bom relacionamento conosco, que dirá com os demais à nossa volta… Assim, que cada um procure a sim mesmo, lá nas profundezas da alma e se encontre de vez, em busca da própria individuação. Não somos espelhos e nem podemos nos projetar no espelho dos outros. Somos únicos e insubstituíveis e não há no mundo inteiro alguém que tenha a mesma impressão digital que a nossa própria. Individuar-se é conhecer a si mesmo, completar-se, não com a inveja daqueles que tem mais, mas, com a humildade daqueles que tem menos. Têm-se um parceiro na convivência, cada um está, basicamente, no comando da sua própria individuação, e, exatamente, cada um vivendo sua própria vida é que o relacionamento entre dois que se amam poderá dar certo. Nenhum dos dois será salvo pelo outro, porque penetrar na alma do outro é impossível. O que resta então? Apenas completar-se e adaptar-se ao outro. Não obstante, cada companheiro, ao aceitar este relacionamento maduro e pronto para ser feliz não pode perder a sua responsabilidade pessoal diante da convivência. Ser feliz e entender-se é fundamental para a vida. Passamos apenas uma vez por aqui e é uma perda de tempo não melhorar nossos momentos e nossa forma de viver. Renunciar para que? Não haverá outra oportunidade, jamais!
O relacionamento a dois é sagrado, porque trás consigo a felicidade, e se ela não estiver presente porque viver uma relação que dói? Por isto mesmo, vamos nos procurar a si mesmo, nas profundezas de nosso âmago e ficar certos de que ninguém nos dará aquilo que procuramos e precisamos de forma mais profunda.
Tão somente eu, e mais ninguém pode chegar às profundezas do meu próprio íntimo. E, além disso, SOZINHOS! Ninguém poderá fazer mudanças por nós… Se formos instáveis o relacionamento jamais será maduro; temos que ter o desafio da coragem da mudança, que é simplesmente, muito difícil; entretanto, plenamente possível.
Eu sou um e o parceiro é outro, há que se aceitar as diferenças, portanto; amar a alteridade é fundamental e praticá-la também. A jornada que se alonga diante de nós deve ser compartilhada com paciência e coração aberto para aceitar as diferenças; só assim podemos nos aproximar do mistério da vida de viver uma parceria com amor, e como dizia o poeta “que seja eterno enquanto dure”. E se o percurso for longo, por deferência do destino, jamais deixaremos de crescer como indivíduos, o relacionamento se abrirá, porque não podemos perder a razão de existir; viver a dois e ser feliz até que o mistério da vida se acabe. O encontro da alma com a alma é vital para o envelhecimento e este envelhecer jamais vai retirar dos parceiros o encontro maravilhoso de alma com alma!
Izaura Aparecida Tomaroli Varella, meditando…