Coronavírus Ômicron
Uma pandemia, como a Covid-19, é como uma guerra mundial, ou entre mundos, como diria H.G. Wells, autor do livro de 1.898 que gerou vários filmes e interpretação magistral de Orson Welles (quase o mesmo sobrenome) na rádio em 1.938, que também virou filme. Há o inimigo, os aliados (neste caso, toda a humanidade), a invasão dos territórios, a morte de soldados (até o chefe da inteligência do Exército Brasileiro morreu de Covid) e cidadãos e a destruição da economia.
Todos os países têm órgãos de inteligência para prevenir ataques hostis, nem sempre eficientes, como aconteceu com o ataque às Torres Gêmeas, os ataques na França e o assassinato do brasileiro pelo MI-6 na Inglaterra. Nos anos 1970, eu e meus colegas, vivendo a adolescência, já considerávamos incompetentes a CIA e outras agência, exceção para o Mossad, admirado por todos. Agora ainda mais, depois do ataque com vírus à rede de computadores de enriquecimento de Urânio que fica fora da internet, como nossas urnas eletrônicas.
Países inimigos ou competidores podem sabotar a economia com ataques hacker, sabotagem da agricultura ou da indústria, além do desenvolvimento da Ciência e Tecnologia. Guerra biológica está proibida por convenções internacionais, mesmo porque a própria natureza cria seus próprios agentes apocalípticos, como a Covid-19.
Alguns vírus, como o Sars-Cov-2, geram muitos mutantes e esses confundem médicos e cientistas e, nesse caso, cada variante deveria ser entendida como uma nova doença, já que tem sintomas diversos e as próprias vacinas perdem gradualmente sua eficácia.
Muitos governantes pelo mundo acreditavam que a variante do novo coronavírus denominada Ômicron fosse inofensiva, nosso presidente até desmobilizou o governo, prejudicando a vacinação das crianças.
Então, voltamos a viver o caos do ano passado. Os casos confirmados ultrapassaram 382 milhões em todo o mundo, segundo a Universidade Johns Hopkins. O número de mortes confirmadas já passou de 5,68 milhões. E as reinfecções suspeitas representam cerca de 10% dos casos da Inglaterra.
O relatório semanal do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos da América) de 28 de janeiro mostrou que as taxas de casos de Covid-19 foram mais baixas entre pessoas totalmente vacinadas com dose de reforço, em comparação com pessoas totalmente vacinadas sem dose de reforço, e muito mais baixas do que as taxas entre pessoas não vacinadas durante o período de outubro a dezembro e a mesma tendência foi observada nas taxas de mortalidade entre esses três grupos, sendo 0,1, 0,6 e 7,8 por 100.000 habitantes, respectivamente, durante outubro e novembro e para quem tem 65 anos ou mais, as taxas mudam para, 0,5, 3,2 e 33,4.
Eu fiz as contas, quem se vacinou (duas doses ou dose única) e ainda tomou a dose de reforço representa 1,18% das mortes; sem reforço, sobe para 7,06% e os não vacinados são 91,76% (1,3%, 8,7% e 90% para maiores de 65 anos). Perceberam a importância de completar todas as doses, incluindo a de reforço? É bom entender porque a Ômicron já tem uma variante mais infecciosa, denominada BA.2.
*Mario Eugenio Saturno (cientecfan.blogspot. com) é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)