Compliance no metaverso
Por Eduardo Tardelli
Desde que Mark Zuckerberg anunciou que o Facebook entraria em uma nova era, em outubro de 2021, o mundo nunca mais foi o mesmo. Uma das maiores empresas de tecnologia do mundo agora se chama Meta, e o metaverso se tornou pauta em notícias e rodas de conversa, apesar de não ser um tema de fácil compreensão para quem atua fora da área de tecnologia.
Ainda não se sabe precisamente quais serão os impactos do metaverso na sociedade. Embora muitos especialistas já estejam especulando os possíveis caminhos que ele irá seguir, certamente o compliance terá uma atuação consistente nesse universo, já que as empresas que estão disputando espaço no metaverso (Meta, Microsoft, Snapchat, etc) precisarão se adequar a ambientes regulatórios que certamente vão surgir. O Reino Unido, por exemplo, já começou a pensar nisso.
O governo britânico já sinalizou que a Lei de Segurança On-line, que está em fase de planejamento, também irá tratar de questões dessa nova realidade. Além disso, os acadêmicos responsáveis pela criação do modelo que dá suporte à Lei já disseram que as empresas não irão usar o metaverso para escapar da regulamentação.
A grande preocupação — além de entrar em uma corrida tecnológica e garantir espaço nesse universo — é garantir que tudo o que já foi avançado em relação à proteção de dados não sofra uma regressão.
Pouco sabemos como será viver no metaverso, mas sabemos o suficiente para entender que os departamentos de compliance de empresas de tecnologia têm muito trabalho pela frente.
*Eduardo Tardelli é CEO da upLexis, empresa de software que desenvolve soluções de busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados (Big Data) da internet e outras bases de conhecimento.