A Copa do Mundo e o poder de influência dos jogadores de futebol

* Thiago Cavalcante

A Copa do Mundo chegou e com ela um mix de sentimentos que só são despertados a cada quatro anos, ou nesse caso, quatro anos e meio. Mas, além da bola no pé e da camisa da seleção, outra coisa tem chamado atenção: a quantidade de ações de marketing com os jogadores de futebol. Para exemplificar, podemos citar a, agora icônica, foto de Messi e seu maior rival no campo, Cristiano Ronaldo, jogando uma partida de xadrez em cima de uma mala da Louis Vuitton, publicada no instagram dos dois fenômenos do futebol e na página da marca apenas um dia antes do início do mundial.

Entretanto, não é de hoje que os jogadores chamam a atenção das marcas durante o campeonato. Ronaldo Fenômeno, por exemplo, tem uma imagem extremamente rentável fora dos campos e contrato vitalício entre o atleta e a Nike. Mas, em 2022, o que mudou nas relações entre as marcas e os jogadores? O número de seguidores.

Hoje em dia, ser um atleta de sucesso depende de números e não estou falando sobre gols ou velocidade no campo. Pouco antes do início da copa, CR7, como é conhecido, atingiu mais de 500 milhões de seguidores no Instagram, ou seja, um quarto de todos os usuários da rede o seguem. Durante o campeonato, Richarlison, centroavante brasileiro, ganhou cerca de 7 milhões de seguidores após marcar dois gols no jogo de estreia do Brasil contra a Sérvia.

Os jogadores são e sempre serão influenciadores. Eles influenciam jovens a também se tornarem atletas. Influenciam homens a como se vestir, com que produto se barbear, que desodorante usar. O que mudou foi a forma como fazem isso. Em 98, por exemplo, quando o Brasil perdeu a final da copa para França, todos os olhares se voltaram para o Fenômeno, enquanto ele carregava em seu pescoço as chuteiras da marca que o patrocinava. Hoje, a foto, assim como a chuteira, são marcos para a publicidade, assim como para a Nike.

Atualmente, ao abrir o feed do Instagram de um dos convocados durante os jogos da copa, é difícil contar o número de publicidades que estão ali. Jogadores são sim importantes para as marcas e para o mercado de influência, mas muitos só têm visibilidade durante os grandes campeonatos. O que falta para que as marcas percebam o enorme potencial e poder de influência que estes atletas têm? Quanto tempo vai demorar para que os próprios jogadores entendam o tamanho de sua força no mundo do marketing e publicidade?

Não é apenas durante os jogos de uma Copa do Mundo que estes atletas devem ser acionados. Esta seleção está cheia de novas promessas, então, será que não é válido pensar em investimento a longo prazo, já que os holofotes estarão sobre estes nomes durante os próximos quatro anos?

*Thiago Cavalcante é especialista em marketing de influência, fundador, CEO & CSO da Inflr, adtech pioneira em ações com influenciadores.