Parque Cinturão Verde: Patrimônio aos olhos de quem cuida

Da Redação

O parque municipal Cinturão Verde é o grande símbolo de Cianorte. A segunda maior reserva de mata atlântica do país embeleza e protege a Capital do Vestuário. Com extensão de 520,02 hectares, a mata possui 128 espécies da flora e 132 de fauna. Nesta quinta-feira, 28, o parque comemora os seus 22 anos de existência como patrimônio municipal protegido por lei.

Todo esse patrimônio é cuidado por equipes de guarda-parques, capinadores e brigadistas. Gente que dedica o seu dia para preservar essa importante Unidade de Preservação Permanente (UPP). Trabalho que requer muita paixão pela natureza, capacitação e treinamento.

No seu dia a dia, eles não só protegem a natureza, combatendo incêndios, fiscalizando a área e cuidando dos animais, mas são também responsáveis por atendimento ao público e por fazer com que as pessoas se conectem com a natureza quando estão visitando o parque.

Por se tratar de uma UPP, o parque precisa ser fechado e com visitas apenas guiadas. Sérgio Ferreira Dias é o coordenador das equipes que atuam na mata. Para ele, esse trabalho é fundamental para a preservação ambiental. “Encontramos um contraste entre crianças encantadas e os idosos que viram uma paisagem bem diferente no passado, o que nos mostra a necessidade de ensinar os mais novos a preservar e ajudar os mais velhos a contemplar a natureza”, conta Dias.

Atividades de interpretação ambiental como contação de histórias, realização de trilhas e o contato direto com a natureza ganham um tom especial quando o guarda-parque compartilha a sua experiência. Durante a visita a Trilha das Perobas, Sérgio conta detalhes das árvores e animais encontrados pelo trajeto e enriquece o conhecimento de quem participa da conversa.

“Já reunimos oito homens para salvar uma Peroba de um incêndio. Fazendo um circulo e trabalhando rápido para que a chama não a atingisse. Cuidamos de toda essa mata com muito amor e respeito”, conta o coordenador.

Antônio tem 71 anos, e ainda mantem firme o trabalho de capineiro do parque. Para ele, a alegria está em ver o resultado de todo o cuidado oferecido. “Ver uma árvore grande e forte, sabendo que a gente plantou é uma recompensa muito grande. Já perdi as contas de quantas mudas eu ajudei a plantar nessa mata”, comenta.

Antônio Moretto Filho, Armando Serveleira, Eugênio Ribeiro de Souza e Sérgio Ferreira Dias trabalham e preservam o parque. Foto: Bruna Batista.

DESAFIOS

Além de todos os desafios enfrentados dentro da mata, os guarda-parques precisam limpar e preservar a natureza da interferência humana com depósito irregular de lixo, vandalismo e incêndio criminoso.

Eugênio Ribeiro de Souza trabalha há 12 anos no Cinturão Verde, responsável pela limpeza, Souza encontra todo o tipo de resíduos no caminho. “Já encontrei sofá, colchão, fogão, animais mortos e todo o tipo de lixo. Cuidar na natureza é trabalho de todo mundo, mas as pessoas colocam lixo na pista de caminhada, vamos lá e limpamos, e no outro dia tem mais lixo no lugar”, conta Souza.

O vandalismo é outro problema bastante presente. Em alguns pontos, existem ainda o hábito de pular ou cortar a cerca para acessar a mata. O que gera degradação e algumas vezes acidentes que podem causam incêndios e danos irreversíveis.

PARA CONHECER

O parque Cinturão Verde conta, hoje, com duas trilhas abertas ao público, das Perobas e do Arboreto. Os passeios são guiados e agendados na Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

O agendamento acontece pelo telefone (44) 3631-6152 ou WhatsApp (44) 99145-8630.