Home office ajuda profissionais a trabalharem durante a quarentena

Devido à pandemia do coronavírus, foi necessário que todos ficassem em quarentena como uma forma de prevenir a propagação do vírus e ainda proteger a população. Dessa forma, diversos profissionais e estudantes precisaram se readequar às rotinas home office para manter seus cronogramas em dia e continuarem com suas atividades.

Conforme afirma a arquiteta e professora da Universidade Paranaense (Unipar), Ana Paula Torqueti Gavioli, ao trabalhar com o home office é preciso de organização e adequação. “Para o trabalho remoto a organização deve ser maior ainda. Desde que eu comecei a trabalhar de home office eu procuro ter uma agenda e uso dois aplicativos. Minha agenda é toda colorida, marco as atividades do escritório, as pessoais, da universidade, tudo bem organizado”, explicou.

Além disso, Ana Paula ressalta a importância do espaço de trabalho e a adaptação do escritório. “A organização do espaço também é essencial, não é porque a gente está trabalhando em casa que temos que deixar de ser organizados. Temos que ter uma estrutura boa, uma internet boa, um espaço e uma mesa adequados, ajustar a altura da tela do computador”. Para a arquiteta, no início as pessoas sentem mais dificuldade, mas é preciso se adaptar e ver o que é possível ser ajustado emergencialmente.

Segundo Ana Paula, em seu escritório de arquitetura ela já tem o costume de trabalhar remoto. “Os estagiários tem essa flexibilidade, colocamos arquivos na nuvem e trocamos informações. Conversamos muito por WhatsAppo e usamos outras ferramentas de comunicação”, contou. Além disso, o contato com professores e diretores na universidade em que trabalha também é feito muitas vezes por meio de reuniões online e vídeo conferência. “Conseguimos resolver muitas coisas online”.

“Para mim é um pouco comum trabalhar dessa maneira, mas os alunos que nunca tiveram essa experiência comentam que está sendo interessante. A maioria tem gostado bastante, mas não é muito tranquilo, pois qualquer tipo de mudança gera um desconforto”, afirmou a professora.

Na Unipar, Ana Paula conta que as aulas online tornaram-se parte da rotina dos alunos. De acordo com a professora, os professores da universidade já passaram por treinamentos que ensinavam a lidar com as ferramentas online. “Não temos grandes dificuldades. Os alunos continuam tendo essas aulas ao vivo ou gravadas, além de atividades pra eles desenvolverem e entregarem na própria plataforma online. A Unipar trabalha dessa maneira para não atrasarmos o calendário e ninguém ser prejudicado”, afirmou a professora.

Para a arquiteta e professora universitária, a forma de trabalho dos profissionais vai sofrer algumas alterações depois do coronavírus. “Acredito que a maneira de trabalho vai mudar a rotina de muitos escritórios, não só os de arquitetura, mas de muitas profissões”, relatou.

“Até já ajudei algumas pessoas dando uma assessoria para montar ambientes para home office, explicando como o espaço deve ser e o que é necessário”, disse a arquiteta.

Para a engenheira Anieli Bueno, o trabalho home office traz alguns desafios e distrações. “Eu particularmente não gosto desse sistema, acabo ficando mais dispersa, então prefiro estar no escritório. Em casa muitas coisas me influenciam a não trabalhar, acabo não me concentrando”, contou a engenheira.

Segundo Anieli, seu trabalho requer verificações de obras, mas como ela tem asma precisa evitar sair de casa e se expor ao vírus, por isso ela realiza esse trabalho durante o fim de semana ou até por vídeos e fotos. “Eu vou aos sábados nas obras, porque não tem ninguém. Consigo olhar e mandar no WhatsApp algumas informações e os pedreiros me mandam vídeos pra eu verificar também”, explicou.

A engenheira conta que no início a ansiedade e o estresse atrapalharam o seu desempenho, mas que conseguiu criar uma rotina. “Apesar de ser muito difícil trabalhar e ficar em casa, criei uma rotina de trabalho, com horários específicos, uma boa alimentação e exercícios, dessa forma controlo a ansiedade e cumpro minhas demandas”.

Há sete meses trabalhando de home office, o desenvolvedor Luís Agottani afirma que para ter sucesso durante a atividade é preciso organizar os horários do dia, “não é porque está em casa que não tem que trabalhar”. Para Agottani, o ideal é transformar um cômodo da casa em um escritório e seguir as regras como se ele fosse em qualquer outro lugar. “Em um escritório real você não vai trabalhar de pijama, sem camiseta. Então eu acho importante levar uma vida normal como se estivesse indo para o trabalho”, contou.

“Acordar, tomar um café, se arrumar e entrar no escritório. Tem que ter um canto específico para o local de trabalho”, relatou o desenvolvedor. Conforme explica Agottani, ter um espaço dedicado a isso ajuda o seu cérebro a focar no horário de trabalho e no de descanso, ajudando o profissional a manter-se focado.

Além disso, ele também reforça a importância da organização do ambiente e dos bons instrumentos de trabalho. “Respeitando o seu ambiente, fica mais fácil respeitar a sua rotina”, alertou.

Manter a rotina e não ficar parado

Para o professor de tênis e proprietário da Academia Cianortense de Tênis (ACT), Lucas Freire Dias, a adaptação durante a quarentena foi difícil, já que seu trabalho é ao ar livre, mas mesmo assim ele tentou manter a rotina para não ficar parado.

“Tento acordar cedo e não ir dormir muito tarde. Treinar tênis em casa é que é mais difícil, mas com um pouco mais de tempo livre, eu montei uma estrutura com tecido pra bater a bolinha e ela retornar para mim, como se fosse uma espécie de ‘paredão’. Com isso faço os movimentos repetitivos do tênis”, contou o professor.

Segundo Dias, a quarentena é muito difícil para quem pratica esportes. “Acredito que para qualquer amante de esporte ou de qualquer outra atividade física não é nada fácil ficar longe de outras pessoas e mudar a rotina”, afirmou.

Conforme afirmou a estudante Alana Bueno, as aulas do cursinho que frequenta em Maringá foram suspensas, por isso foi necessário adaptar sua rotina de estudos em casa. “Eu trouxe todo o meu material e estou estudando em casa. O meu cursinho ajuda muito, eles disponibilizam algumas vídeo aulas. Eu anoto informações e resolvo vestibulares anteriores”, relatou Alana.

De acordo com a estudante, sua rotina durante a quarentena mudou, mas para ela é importante manter horários e estudar com qualidade. “Agora eu acordo um pouco mais tarde, mas logo começo a estudar. Paro no almoço e volto a estudar às duas horas. Tenho um intervalo e concluo os meus estudos por volta das 20 horas”, explicou Alana.

Alana quer prestar vestibular para medicina e, por isso, para ela a organização e os horários de estudo são extremamente importantes.

Isolamento pode ser momento para aprender

De acordo com a psicóloga Maria Gabriela Marques Sartori, durante a quarentena as pessoas foram obrigadas a se afastarem do trabalho, convívio social entre diversas outras atividades, o que traz uma sensação de incertezas quanto ao fim desse período e ansiedade. Porém, conforme Maria Gabriela afirma, “precisamos focar no fato de que esses momentos são de grande aprendizado”.

Pensando nisso, a psicóloga enumerou algumas reflexões para que as pessoas lidem com a ansiedade durante a pandemia. “Fique mais tempo fora das redes sociais, não interrompa tratamentos, aproveite o tempo para se conhecer, arrume sua casa, veja filmes e séries, tente manter uma rotina, restrinja as fontes de informação: fuja de fake News”, alertou.

Segundo Maria Gabriela, é importante aproveitar esse momento para que cada pessoa cuide de sua saúde e das pessoas ao redor.

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