Vereador e irmão são presos em Cianorte na Operação ‘Fake Fitness’
A Polícia Civil do Paraná, em conjunto com o Ministério Público, cumpriu nesta semana mandados de prisão contra um vereador de Cianorte e seu irmão durante a fase final da Operação “Fake Fitness”, que investigou a produção e comercialização clandestina de cápsulas vendidas como suplementos alimentares.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação constatou que os envolvidos adquiriram cápsulas “in natura” de forma clandestina em outro Estado, realizavam o envase e a rotulagem dentro de suas residências e comercializavam os produtos como suplementos, utilizando expressões enganosas como “100% natural”.
Exames periciais revelaram que as cápsulas continham substâncias controladas e de alto risco à saúde, entre elas:
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Sibutramina, anorexígeno associado a efeitos cardiovasculares;
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Fluoxetina, antidepressivo de uso controlado;
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Tadalafila, vasodilatador não declarado nos rótulos;
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Cafeína em dosagens superiores aos limites estabelecidos pela ANVISA.
Os rótulos também eram falsificados com o uso indevido de nomes e CNPJs de empresas reais, sem qualquer autorização, prática utilizada para esconder a origem ilícita dos produtos e transmitir aparência de legalidade a consumidores e órgãos fiscalizadores.
Indiciamentos e mandados
A Polícia Civil informou que houve indiciamento, denúncia e recebimento da ação penal contra quatro investigados pelos crimes de:
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Associação criminosa (art. 288 do CP);
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Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273 do CP);
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Posse irregular de arma de fogo (art. 12 da Lei 10.826/03), no caso do vereador.
Um dos investigados foi identificado como fornecedor clandestino das cápsulas enviadas de Goiás. Ele está foragido, com mandado de prisão temporária expedido pela Vara Judicial de São Simão (GO). O suspeito é apontado como membro de organização criminosa investigada na Operação Panaceia, que apura a existência de fábricas clandestinas e distribuição interestadual de medicamentos adulterados.
Segundo a investigação, mesmo após as prisões e apreensões da primeira fase da operação, deflagrada em junho, os investigados continuaram vendendo os produtos por plataformas digitais.
Prisões e alerta à população
Os presos foram encaminhados ao DEPPEN, onde permanecem à disposição da Justiça.
A Polícia Civil reforça o alerta sobre os riscos à saúde associados ao consumo de produtos adquiridos fora dos canais legais, especialmente aqueles contendo substâncias como sibutramina e fluoxetina, cujo uso sem acompanhamento médico pode gerar efeitos adversos graves.

