Rafael Araújo e irmão deixam a cadeia após habeas corpus concedido

O vereador Rafael Araújo (PL) e o irmão, Rodrigo Araújo, foram soltos após o Tribunal de Justiça conceder habeas corpus em favor dos dois. A informação foi confirmada pela defesa, representada pelo advogado Maurício Gonçalves Pereira. Embora deixem a prisão, ambos seguem respondendo ao processo e continuam sujeitos às medidas judiciais. Na Câmara, o pedido de cassação do vereador permanece em análise pela corregedoria.

A saída dos irmãos da cadeia ocorre três dias depois da prisão, efetuada na manhã de segunda-feira, 6, durante a segunda fase da Operação Fake Fitness. A ação foi deflagrada pela Polícia Civil do Paraná, com apoio do Ministério Público, e investiga crimes de associação criminosa, falsificação e adulteração de produtos terapêuticos, corrupção e posse irregular de arma de fogo.

Segundo o delegado Luís Fernando Alves Silva, responsável pela apuração, o grupo comprava cápsulas “in natura” de fornecedores clandestinos de Goiás, envasava e rotulava os produtos em residências de Cianorte e vendia as substâncias como suplementos naturais. “O esquema envolvia falsificação de rótulos, uso indevido de CNPJs reais e comercialização de substâncias controladas sem orientação médica, o que representa grave risco à saúde pública”, afirmou.

Perícias confirmaram a presença de componentes de uso restrito nas cápsulas apreendidas, entre eles sibutramina, fluoxetina, tadalafila e cafeína em dosagens superiores às permitidas. Nenhum desses ingredientes aparecia nos rótulos, que simulavam marcas legalmente constituídas para mascarar a origem irregular dos produtos.

A investigação identificou quatro envolvidos. Um deles, apontado como fornecedor das cápsulas vindas de Goiás, está foragido e possui mandado de prisão temporária expedido pela Vara Judicial de São Simão. Ele também é investigado na Operação Panaceia, da Polícia Civil de Goiás, que apura fabricação e distribuição de medicamentos adulterados em diferentes Estados.

Mesmo após a primeira fase da Operação Fake Fitness, deflagrada em outubro e marcada pela prisão em flagrante de dois investigados, o grupo manteve as vendas pelas redes sociais. A continuidade das práticas foi um dos elementos que motivaram o avanço da investigação, segundo a PCPR.

A Polícia Civil informou que a investigação da Fake Fitness está concluída, com quatro indiciados.