Trânsito na Avenida Paraíba põe em risco vida de pedestres

ROLETA RUSSA – Atravessar a via, principalmente nos horários de pico, se transforma em perigo

 

 

Prestes a dar início à Semana Nacional do Trânsito, de 18 a 25 de setembro, a Tribuna de Cianorte foi conferir a situação de um dos trechos da Avenida Paraíba, na Vila Operária. Você devia vir aqui todo dia para tirar fotos, só assim os motoristas deixam a gente passar, disse uma pedestre que teve muita dificuldade para atravessar a via.

Toda a extensão da Avenida recebe um grande fluxo de veículos, pois é uma das principais vias de acesso tanto para o centro como para os shoppings atacadistas e fábricas da região. Mães arriscam-se com seus bebês no colo ou em carrinhos por entre os veículos. Como o fluxo é contínuo, as vias adjacentes também causam risco aos usuários. Existe uma tecnologia chamada semáforo e um conceito denominado respeito, mas ao que parece, foram atropelados.

O problema se intensifica nos horários de pico, quando há a movimentação também dos estudantes do colégio Maria Montessori. Há registros de mortes, como de um idoso ano passado, e inúmeros acidentes na região, principalmente atropelamentos.

Em um dos pontos, no cruzamento da Avenida Paraíba com a Rua São Francisco, na altura do nº 466, o quebra-molas não cumpre mais sua função. Desgastado, acaba se transformando em uma armadilha. Enquanto uns motoristas reduzem a velocidade e respeitam a faixa de pedestres, muitos aceleram. E o risco é eminente. Como ocorreu com a costureira Maria Aparecida Silveira de Souza, no último dia 28. Eu estava atravessando a avenida quando uma moto e um carro pararam no quebra-molas, mas veio um outro carro e não parou. A motorista acelerou, eu tentei correr e tropecei em um buraco da rua e bati o peito no meio fio, contou Maria.

Com uma lesão na mão esquerda, na última sexta (13) ela voltava do médico que a encaminhou a um ortopedista. Não quebrei minha mão, mas ela continua inchada e houve uma lesão no nervo, contou. Maria não sabe quando poderá voltar ao trabalho e muito menos quando terá direito a receber o benefício do INSS. Separada, pagando aluguel, a pressa da motorista deu uma freada brusca na vida de Maria.

O problema no local é generalizado. Motoristas que não param nos quebra-molas que estão praticamente no mesmo nível do asfalto, faixas apagadas, ausência de sinalização, manobras arriscadas e pedestres que se arriscam em passar por onde é ainda menos seguro.

 

NÃO ESTÃO NEM AÍ


Os trabalhadores relatam que as fábricas da região já organizaram um abaixo-assinado entregue à prefeitura, antes das eleições, mas não surtiu efeito. Ano passado fizemos uma reunião com moradores e trabalhadores que usam a via e cobramos providências. Esse pedido foi encaminhado ao chefe da Divisão de Trânsito porque ele não compareceu à reunião, contou Luzanira Mendes, ex-presidente da Associação dos Moradores. Um vereador estava na reunião, mas nem ele próprio deu satisfação aos moradores, contou Luzanira.

Para Sônia Ramos de Brito é necessária uma medida urgente no local. Um sinal para pedestres, faixas, qualquer coisa. Nos sentimos abandonados por essa administração. Algo precisa ser feito e isso é para ontem.