São Manoel do PR reúne secretários para discutir desenvolvimento agropecuário

Prefeitos, secretários de agricultura e técnicos agrícolas de 12 municípios que compõem a Associação dos Municípios do Médio Noroeste do Paraná (Amenorte) se reuniram ontem, 28, na Câmara de Vereadores de São Manoel do Paraná para participar do Fórum Permanente, evento que discute e debate ações e ferramentas de apoio para o desenvolvimento da atividade agrícola familiar em 32 municípios do Noroeste do Paraná. O evento foi dirigido pelos técnicos do Núcleo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), em Umuarama, Cláudio Macuni e Antônio Carlos Fávaro e apresentado pelo prefeito de São Manoel do Paraná e presidente da Amenorte, Agnaldo Trevisan.  

O Fórum também apresentou caminhos para o desenvolvimento rural sustentável através da articulação dos municípios com as instituições e entidades ligadas ao agronegócio. E esses caminhos, explica Agnaldo Trevisan, passam pela fixação dos pequenos produtores no campo, incluindo seus filhos e netos.

É por isso que o fórum teve como base a exploração da pequena propriedade agrícola, sobretudo aquelas com potencial de produção de hortaliças, frutas e desenvolvimento da pecuária de leite. Para o prefeito, esse é um caminho que além de gerar renda no campo e na cidade, garante tributos e promove uma cadeia produtiva que termina com mais qualidade de vida. Com uma renda melhor, o homem do campo e sua família vivem muito melhor, numa atividade que lhe permite viver com dignidade sem ver seus filhos e netos deixarem a propriedade onde moram para buscar emprego nos médios e grandes centros, disse o prefeito.

Trevisan contou a experiência desenvolvida em seu município. Em São Manoel do Paraná ele criou o programa Fixação do Homem no Campo (FIHCA) que oferece apoio e assistência técnica para quem quer desenvolver culturas de ciclo rápido (como hortaliças e a fruticultura) e ou diversificar suas áreas.

No seu município ele conseguiu instalar 19 estufas de mil metros cada uma em pequenas propriedades rurais. Essas estufas produzem frutas, verduras e legumes que já abastecem o mercado interno e, aos poucos, vão ganhando espaço também na região.

Com o sucesso das primeiras 19 estufas, Trevisan quer construir outras 20 estufas em uma área pública e ceder este espaço para trabalhadores rurais sem-terra com reconhecida vocação agrícola. A proposta está na fase de avaliação de áreas, mas o prefeito pretende iniciar a instalação das estufas ainda este ano. O poder público deve ser um motivador nesse processo, seja financiando ou oferecendo algum apoio para os pequenos permanecerem no campo e produzirem alimentos de forma sustentável, explica o prefeito.

ORGANIZAÇÃO

O primeiro passo para a organização dos pequenos produtores já foi dado com a criação da Cooperativa Agroindustrial do Noroeste (Coanor). Por enquanto a missão da cooperativa é dar assistência, apoio, procurar mercador e comercializar a produção que sai de cada um dos 7,5 mil hectares agricultáveis de São Manoel do Paraná.

O segundo passo, explica Agnaldo Trevisan, é a criação de uma agência de fomento para financiar os projetos não só na agroindústria, mas também em outros setores da economia. A proposta é criar um agente financiador regional, que possa atender que pretende produzir, gerar e renda e emprego.