Profissionais da saúde recebem treinamento sobre acidentes com animais peçonhentos

Cerca de 160 pessoas de 11 cidades do Consórcio Intermunicipal de Urgência e Emergência do Noroeste do Paraná (Ciuenp) estiveram em Cianorte na noite desta quarta-feira (20) para uma capacitação sobre manejo clínico em acidentes com animais peçonhentos. O treinamento foi conduzido pelo médico Ricardo Persi, infectologista de Umuarama que trabalhou no Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa biológica do mundo.

O médico apresentou orientações para a identificação de animais peçonhentos e para os procedimentos corretos do manejo clínico. Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem do Samu Noroeste, das unidades básicas de saúde, hospitais e unidade de pronto atendimento da região puderam conhecer detalhadamente os tipos de animais causadores de acidentes no Brasil e o tipo de soro que deve ser administrado em cada caso.

O treinamento foi realizado na 13ª Regional de Saúde de Cianorte e contou com a presença dos biólogos do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que estão em visita à região para avaliar os trabalhos de combate aos escorpiões, e também de profissionais da Vigilância da 13ª RS e da Secretaria de Saúde de Cianorte.

Segundo Persi, os acidentes com peçonhentos são considerados uma patologia menosprezada no país. Em 2015, foram notificados 150 mil casos e 312 óbitos causados por esses animais. Do total, sete mortes foram no Paraná, onde a incidência chegou a 123,6 casos a cada 100 mil habitantes. Em todo o Brasil, os acidentes com escorpiões notificados chegaram a 69 mil.

De acordo com os dados estatísticos, a maioria das ocorrências é registrada nos meses quentes na zona urbana e quase metade das picadas é nas mãos. O acidente é caracterizado por dor local muito forte que irradia pelo membro e provoca sudorese. O infectologista Ricardo Persi explicou que os profissionais de saúde devem classificar os casos em leves, moderados e graves de acordo com os sintomas apresentados e a partir daí seguir as orientações de administração do soro antiescorpiônico o mais rápido possível.

O objetivo do treinamento foi preparar os profissionais da região, em razão do crescimento no número de ocorrências registradas nesta época do ano, principalmente com escorpiões.

Mais uma criança é picada por escorpião em Jussara

Na noite desta quarta-feira, por volta das 23h30, um menino de seis anos foi picado por um escorpião amarelo em Jussara. O acidente é o 37° registrado na cidade em 2017. A criança foi picada no joelho e levada ao hospital local. O menino foi transferido para o Hospital São Paulo, em Cianorte para observação, e recebeu alta às 14 horas desta quinta-feira. O caso foi considerado leve e não foi necessário administrar o soro antiescorpiônico.

Recentemente, duas crianças morreram vítimas de acidentes por escorpião na região noroeste, um menino de quatro anos em Jussara e uma menina de cinco anos, em Cianorte.