Número de pacientes soropositivos aumenta na população mais jovem

O número de pacientes diagnosticados com o vírus HIV tem crescido no país nos últimos anos, apesar das campanhas nacionais de conscientização. De acordo com a Unaids, os riscos de HIV entre adolescentes e jovens são maiores quando a transição de idade ocorre em ambientes desafiadores, com acesso insuficiente a alimentos, educação e moradia e com altas taxas de violência. As percepções de baixo risco de infecção, uso insuficiente do preservativo e baixas taxas de testagem de HIV persistem entre os jovens.

Até junho de 2016, mais de 500 mil soropositivos havia sido diagnosticados com AIDS no Brasil. A grande maioria, cerca de 65%, homens. Na região de Cianorte, 329 pessoas estão em tratamento atualmente. Destas, 227 são da cidade e outras 102 da região. Somente este ano, 35 novos portadores do vírus foram identificados nos exames rápidos realizados pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do município. Do total, 77% são homens e apenas 23% mulheres. Do total de pacientes em tratamento, 230 fazem uso do coquetel de medicações antirretrovirais, cedido pelo sistema público de saúde; 36 iniciaram o uso de medicamentos este ano.

Segundo Adriana Altrão, farmacêutica responsável pela Unidade Dispensatória de Medicamentos (UDN) do Consórcio Intermunicipal de Saúde Centro Noroeste do Paraná (Ciscenop), a procura pelos testes rápidos é crescente e o número de novos casos vem crescendo a cada ano. Em 2015, foram 33 pessoas diagnosticadas com o vírus e em 2016, 40.

De acordo com os dados do Ciscenop, a faixa etária mais atingida pelo vírus é de jovens entre os 18 e os 30 anos de idade. A banalização do vírus do HIV e a falta de prevenção desta faixa etária estão entre os principais motivos da crescente contaminação.

Em Cianorte, não há registros de transmissão vertical (de mãe para filho) do vírus do HIV desde 2000. A população local conta com o atendimento do CTA, que oferece serviços de testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C; aconselhamento sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), bem como a distribuição de preservativos e orientações sobre o uso. O local também tem capacidade para atender vítimas de acidentes biológicos com materiais perfurocortantes, como os profissionais da área da saúde.

TESTE RÁPIDO EM FARMÁCIAS

Neste semestre, as farmácias de todo o país vão disponibilizar testes para detectar o HIV. O exame foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em maio e detecta a presença dos anticorpos contra o vírus HIV a partir da coleta de gotas de sangue. Com a disponibilidade, qualquer pessoa poderá fazer o teste em casa e descobrir um disgnóstico positivo.

A recomendação é confirmar o resultado com um teste de laboratório. Até o momento, os testes de HIV eram feitos somente com intermédio de profissionais de saúde em laboratórios, centros de referência e unidades de testagem móvel.

Segundo Adriana, há uma preocupação por parte dos profissionais da saúde com a reação de possíveis soropositivos que descubram o diagnóstico pelo teste rápido vendido nas farmácias. A orientação ainda é procurar profissionais da saúde especializados para novos exames e laudo médico antes do encaminhamento para tratamento. A população local que tem dúvidas ou gostaria de fazer o teste pode procurar o CTA ou o Ciscenop, explica. (Com informações do Ministério da Saúde, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), CTA, Ciscenop, G1)

SERVIÇO

Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA)
Travessa Itororó, 400
Contato: 3619-6391

Consórcio Intermunicipal de Saúde Centro Noroeste do Paraná (Ciscenop)
Rua Piratininga, 668
Contato: 3018-4200