Mortalidade infantil aumenta na região de Cianorte
A 13ª Regional de Saúde de Cianorte, que compreende 11 municípios, registrou crescimento no Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI), que calcula o número de mortes a cada 1 mil nascidos vivos. O índice passou de 8,9 em 2016 para 10,9 no ano passado. O aumento também ocorreu em outras oito regionais do estado: Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Francisco Beltrão, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Toledo.
A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado (Sesa), Júlia Cordellini, explica que é necessário investigar os fatores que levam recém-nascidos a óbito para chegar ao determinante de cada caso. Segundo ela, para diminuir os índices e chegar a meta de um dígito é necessário intensificar investimentos e capacitar os profissionais da atenção básica.
Tudo começa com o atendimento primário do programa Mãe Paranaense. É preciso qualificar os profissionais e melhorar os serviços, afirma. O último treinamento realizado na 13ª RS foi no dia 20 de junho e a próxima capacitação está prevista para o dia 31 de agosto.
Na região, as gestantes fazem acompanhamento pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos municípios e passam por uma classificação. Se uma gravidez de alto risco é detectada, a paciente é encaminhada para ambulatórios especializados. Em Cianorte, a referência é o ambulatório do Consórcio Intermunicipal de Saúde Centro Noroeste do Paraná (Ciscenop), que possui uma equipe de psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e outros profissionais para acompanhar a gestação e a preparação para o parto.
Segundo Júlia, o Estado tem aprimorado o atendimento as gestantes nas regiões onde as taxas de mortalidade materna e infantil estão acima da média. Além disso, tem intensificado os investimentos na atenção básica e nas unidades de referência, como o Hospital São Paulo.
RECURSOS
As unidades de referência da 13ª RS recebem R$ 210 mil por mês do Programa de Apoio e Qualificação de Hospitais Públicos e Filantrópicos do SUS Paraná (Hospsus), além dos investimentos previstos para obras e melhorias. O Hospital São Paulo recebe R$ 320 por parto, referentes à fase 2 do Hospsus, chamada de Estratégia de Qualificação do Parto. Desde 2013, já foi pago R$ 1,3 milhão à instituição.
A Santa Casa de Cianorte, os hospitais municipais de Cidade Gaúcha, Indianópolis e Jussara, a Santa Casa Municipal de Saúde de Tuneiras do Oeste e a Fundação Médica e Assistência ao Trabalhador Rural de Rondon também recebem investimentos do programa.
Em relação ao Programa de Qualificação da Atenção Primária à Saúde (Apsus), os municípios da 13ª RS receberam R$ 6 milhões desde 2015. Além de R$ 1,3 milhão da Rede Mãe Paranaense.
Dentro do programa Vigiasus, que visa fortalecer e qualificar as ações de Vigilância em Saúde, o Governo do Estado já pagou, no total, R$ 4,4 milhões para a região.
MORTALIDADE MATERNA
De acordo com os dados da Sesa, a 13ª RS não registrou nenhum óbito devido a complicações da gravidez, do parto e do puerpério (período de 40 dias após o parto) em 2017. Outras nove regionais de saúde também encerraram o ano com o índice mortalidade materna zerado. Os dados ainda são preliminares e estão sujeitos à revisão da pasta.
Ainda assim, há uma preocupação em relação ao aumento da mortalidade materna em algumas regiões nos últimos anos. Na 13ª RS, por exemplo, o índice saltou de 48,7 mortes por 100 mil nascidos vivos em 2014 para 187,7 em 2015 e, segundo a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesa, dois óbitos já foram registrados neste ano.
A relação entre mortalidade materna e infantil é total. Por isso, o cuidado com a gestante pode evitar a morte da mãe e da criança. Daí a necessidade de um bom atendimento na atenção básica e de um pré-natal completo, obedecendo as determinações médicas. A mulher precisa exigir informação sobre sua saúde e sair do consultório médico sem dúvidas, afirma Júlia Cordellini.
Outro fator que pode influenciar nos dados estatísticos é o aumento da procura pelo atendimento do SUS. A superintendente destaca que a crise econômica fez com que muitas pessoas deixassem os planos de saúde e passassem a depender do sistema público. (Com informações da Agência Estadual)
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MORTALIDADE INFANTIL |
MORTALIDADE MATERNA |
|
13ª Regional de Saúde de Cianorte |
|
2014 |
13,2 |
48,7 |
2015 |
8,4 |
187,7 |
2016 |
8,9 |
98,5 |
2017 |
10,9 |
0,0 |
|
Média Estadual |
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2014 |
11,2 |
41,3 |
2015 |
10,9 |
51,6 |
2016 |
10,5 |
47,1 |
2017 |
10,3 |
20,3 |