Indicadores confirmam que retomada da economia ganha fôlego no Paraná

A recuperação da economia do Paraná ganhou velocidade nos últimos meses. Indicadores do IBGE, Banco Central, Ministério do Trabalho e outros dados setoriais mostram que o Estado não apenas está em trajetória de retomada, mas que está deixando a crise para trás mais rapidamente do que o restante do Brasil, com bons resultados no agronegócio, na indústria, no comércio, serviços, nas exportações e na geração de emprego.

De acordo com o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, a economia do Paraná cresceu 2,4% de janeiro a agosto de 2017. O indicador é considerado uma prévia do comportamento do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período, o Brasil registrou avanço bem mais tímido, de 0,31%. Nossa convicção sempre foi de que o Paraná venceria a crise num período mais curto de tempo. Fizemos o dever de casa, diz o governador Beto Richa.

Depois de uma retração de 2,6% em 2016, a estimativa para a economia paranaense era de crescimento de 1,5% em 2017. Com esse desempenho, devemos em breve revisar para próximo de 2% nossa estimativa de crescimento para o PIB do Estado em 2017, diz Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), ligado à Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral.

Se confirmado, será um crescimento bem maior do que o do Brasil, que deve registrar alta de 0,5% no PIB. A recuperação, principalmente da demanda interna, vem surpreendendo positivamente, o que tem feito com que o Paraná tenha resultados bem melhores do que a média brasileira, explica Suzuki.

TRÊS FATORES

Na avaliação do economista e consultor Gilmar Mendes Lourenço, professor da FAE Business School, a economia do Estado vai melhor que a média brasileira devido a três fatores. De um lado, o agronegócio se beneficiou da safra recorde, da boa demanda e dos bons preços internacionais.

A desaceleração da China, principal comprador de produtos paranaenses, foi menor do que a esperada e o gigante asiático já retomou o seu ritmo. De outro temos a diversificação da matriz produtiva no Estado, com o recente ciclo de investimentos atraídos pelo programa de incentivos Paraná Competitivo, principalmente entre 2011 e 2013, diz Lourenço.

Por último temos o ajuste fiscal, que permitiu uma melhora do setor público, com superávit primário e redução da relação entre dívida e receita corrente líquida, afirma.

Mercado de Trabalho e crédito voltam a crescer

Outro sinal de que a economia do Estado voltou a girar está nos números do mercado de trabalho e no crescimento do crédito. De janeiro a setembro o saldo de vagas com carteira assinada – já descontadas as demissões – ficou positivo em 28.623 empregos, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

A melhora dos índices de ocupação e a redução das taxas de juros também vêm ajudando no crescimento das operações de crédito, que tinham travado com a crise e o aumento da inadimplência.

Dados do Banco Central mostram que, em agosto, o saldo de operações de crédito no Paraná era 6% superior ao de agosto do ano passado, com um total de R$ 1,23 bilhão. No Brasil o crescimento foi menor, de 4,6%, para R4 1,6 trilhão.

O crescimento das operações de crédito estão concentrados na compra de bens de consumo como eletrodomésticos e automóveis, por exemplo. Isso é um sinal de que as famílias estão se reorganizando financeiramente e voltaram a comprar, diz Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Ipardes.