Estiagem provoca quebra de 33% no milho safrinha

Depois de 49 dias sem chuvas significativas na região, os agricultores estão começando a contabilizar os prejuízos da maior seca dos últimos anos. Em todo o estado, a estimativa é de que a safra de grãos seja 14% menor do que a anterior. A cultura que mais sofreu com a falta de chuvas no Paraná foi o milho, que tem uma queda estimada em 30% para a safrinha. Na região de Cianorte, o prejuízo deve ser ainda maior e já chega aos 33%, com cerca de um terço da área colhida.

De acordo com os dados do Núcleo Regional de Cianorte da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), a produtividade também será menor. Por enquanto, os técnicos estão registrando uma produção de 4,9 mil kg de milho por hectare, mas o número deve cair para 4,4 mil kg por hectare até o final da colheita. Na safra passada, a média de produtividade foi de 5,5 mil kg por hectare.

Segundo o chefe do núcleo, Francisco Cascardo, a queda também foi puxada pela redução de 13% na área de plantio em todo o estado. O aumento de 60% no preço desestimulou os produtores a investirem na cultura e o atraso na colheita da soja e, consequentemente no plantio do milho safrinha, fez com que muita gente desistisse do grão, explica.

A colheita já chega a 50% da área total de 2,1 milhões de hectares no estado e, por enquanto, a estimativa de perda é de 4 milhões de toneladas, passando de uma safra de 13,3 milhões de toneladas em 2017 para 9,3 milhões de toneladas neste ano. Na região de Cianorte e Umuarama, que compreende 21 municípios, a área de plantio da segunda safra de milho foi de 130 mil hectares. Nos 11 municípios que integram a Associação dos Municípios do Médio Noroeste do Estado do Paraná (Amenorte) a área é de 35 mil hectares.

PREVISÃO DO TEMPO

De acordo com o Simepar, há previsão de chuva para diversas regiões do Paraná nesta semana, incluindo Cianorte. Segundo o instituto, a chuva deve chegar na sexta-feira (3 de agosto) e continuar no fim de semana. A última chuva registrada na estação meteorológica local foi em 12 de junho, com 30,8 mm de precipitação. Se não chover até terça-feira (31), julho vai terminar sem nenhuma gota de chuva na região. A média histórica do mês é de 97,4 mm.

A estiagem também tem provocado aumento de incêndios e doenças respiratórias, com o agravante da baixa umidade do ar, que tem ficado entre 20% e 30%, quando o ideal é de 60%.