Dia do Carteiro: classe garante conquistas ao longo dos anos

PROFISSÃO: Eles chegam a entregar 13 mil correspondências por dia em Cianorte

 

Existem várias maneira de se corresponder com alguém à distância. Celular, mensagem de texto, e-mail, fax, redes sociais, uma infinidade de métodos, mas o correio tradicional é ainda uma das mais usadas e também a mais importante. Em Cianorte chegam ao Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) em média 13 mil correspondências todos os dias e vinte carteiros são responsáveis pelas entregas.

A profissão, comemorada hoje, é milenar. Em 3.000 A.C., mensageiros velozes corriam quilômetros para dar recados a governantes e ao chegar, recitavam o texto da carta. Foi a partir disso que surgiu a palavra correio, derivada do verbo correr. Faça chuva, faça sol, mensagens e encomendas devem chegar a seus destinatários, cumprindo um itinerário pré defino. De alguns anos para cá, a classe vem ganhando melhores condições de trabalhos, mas ainda existem impasses, entre eles o velho inimigo do carteiro: o cachorro.

Mario Dercino Caetano tem 54 anos e trabalha como carteiro no Correios de Cianorte há 35 anos. Ele acompanhou de perto todas as conquistas da classe e hoje em dia entrega em média mil correspondências todos os dias. Antes a pessoa ficava feliz em ver o carteiro, pois sempre trazia a carta de alguém distante, que não via há tempos, mas hoje em dia é diferente: grande parte do que entregamos é conta para a pessoa pagar, brincou Caetano, que atualmente trabalha na região do Cianortinho.

Hoje a maioria dos carteiros trabalha com moto, mas nem sempre foi desse jeito. Há três ou quatro anos, as entregas eram feitas de bicicleta, tornando o profissional um atleta. Andei de bicicleta por mais de quinze anos, eram cerca de 20 km por dia, subindo e descendo ladeira, de um lado pra outro nos bairros, agora a entrega é bem mais prática com o uso da motocicleta, comentou o carteiro, lembrando que entrou nos Correios quando tinha apenas 19 anos. Foi uma oportunidade que surgiu, eu precisava trabalhar e os anos foram passando e acabei ficando. Hoje tenho 35 anos de profissão, conheço bem as ruas de Cianorte.

Mesmo com o passar do tempo o inimigo número 1 do carteiro continua sendo o cachorro. Existem vários casos onde a pessoa foi ferida pelo cachorro e hoje em dia com a moto, eles correm atrás, querendo pegar, é perigoso até causar acidente, frisou Caetano, destacando que a falta da caixinha dos Correios e numeração errada dos endereços também causam transtornos. Acredito que 80% das residências têm a caixinha, mas quando a pessoa não tem fica complicado, a gente deixa no portão e é perigoso a correspondência ser extraviada, ou em dia de chuva mesmo, fica difícil. Já com relação aos endereços incertos é difícil no começo, porque depois que a gente acostuma com aquela região fica conhecendo cada casa do bairro.

Aumento de demanda

Eberson Fernando Bastos é supervisor operacional do CDD de Cianorte, mas nem sempre foi assim. O profissional está nos Correios há nove anos e durante sete trabalhou como carteiro. Sou da época da bicicleta. Já andei muito pelas ruas de Cianorte e hoje em dia atuo na central de distribuição, comentou Bastos.

Em Cianorte, em meses considerados normais o CDD recebe mais de 300 mil correspondências. No total são 20 carteiros, sendo quatro para a entrega de Sedex e 16 nas entregas de distritos postais. Dividimos a cidade em distritos postais e cada profissional fica responsável por um setor. Agora com essa mudança de CEP e com o IPVA para entregar, estamos com bastante serviço, lembrou o supervisor, destacando que quem não sabe o CEP da rua onde mora ainda, basta entrar no site dos Correios e conferir. É só acessar www.correios.com.br e anotar o novo CEP, mas no caso da pessoa que recebe a correspondência não precisa se preocupar, pois quem tem que mudar é o remetente, explicou.