Coordenadora da Virada defende o grafite para coibir a pichação

Olho Wodzynski é um artista multifuncional de Curitiba. Considera-se arteiro, além de educador de arte, skatista e cicloturista nas horas vagas. Na tarde dessa quarta (23)  ministrou a primeira parte da Oficina de Estêncil Arte a 15 adolescentes atendidos pela Rainha da Paz. As atividades continuam nessa quinta e na sexta, quando os alunos irão mostrar o aprendizado na prática. Eles vão grafitar o muro da 13ª Regional de Saúde de Cianorte.

Antes de iniciar a oficina, Olho já deu uma mostra de seu trabalho. No mesmo local em que os adolescentes deixarão seus grafites, ele estampou desenhos que, entre outros, remetem ao cotidiano do trânsito. A atividade faz parte da Virada Cultural Paraná 2013 denominada Semana de Arte-Educação, com ações voltadas à educação no trânsito.

Sara Eduarda, é produtora no Teatro Guaíra, está à frente da coordenação da Virada Cultural em Cianorte pela Secretaria do Estado da Cultura. De segunda (21) a domingo (27) sua função é colaborar com toda a estrutura realizada em conjunto com  Município. A coordenadora espera um público mínimo de quatro mil pessoas acompanhando as atividades.

A grande ideia de incluir a grafitagem na Virada Cultural é principalmente envolver a juventude para que ela abrace a sua cidade e se reconheça nesses espaços públicos. Nas esquinas, nas ruas, fazendo sua arte, encontrando um jeito de marcar sua presença de modo produtivo, explica Sara.

Sara lembra que há uma diferença fundamental entre a pichação e a grafitagem. A pichação está vinculada ao ato de sujar a cidade, com uma marca do nome de modo egocêntrico ou como mecanismo de bullying, ofendendo a terceiros.  Enfatizado no final da década de 80, o grafite surge na contramão.

Ela aposta nos adolescentes da oficina, e os demais que conhecerem a arte de rua, como multiplicadores da prática. A coordenadora salienta que há uma espécie de código de rua, em que pichadores não interferem nos grafites.