Cianortense imortaliza pessoas por meio da arte do “portrait”

 

NASCEU RISCANDO – Os primeiros traços do artista surgiram quando ele tinha três anos. Na foto acima um estudo de Michelangelo e uma analogia entre sangue, cérebro e árvore

Por  Aida Franco de Lima – Tribuna de Cianorte

No último dia 12 foi comemorado o Dia das Artes. Para muitos uma data praticamente  ligada à corrente sanguínea. É o caso do cianortense Fabrício A. Franzoni Stevanatto. Desde que nasceu levou três anos para começar a fazer seus primeiros traços. Aos três anos eu comecei a pintar e nunca parei, muito embora até hoje não tenha aprendido ainda. Pintar não é só o espetáculo da execução, é antes de tudo,  saber conceber, define o artista.

Uma homenagem ao primo Eduardo L. Canever, que o incentivou a retratar as pessoas


Pura modéstia. Fabrício, que trabalha com várias técnicas, tem telas espalhadas em ambientes diversos, nas casas de amigos, nos escritórios de empresários e até mesmo no canto mais especial da casa do eterno playboy mais badalado do Brasil, o Conde Chiquinho Scarpa.  

Ele fez um portrait de Chiquinho vestindo seu kimono de aikido Você precisa de ver, ficou perfeito, disse extasiado o empresário ao fone quando foi surpreendido com a exatidão dos traços. De uma simples foto, Fabrício deu vida a uma tela de 1.20 m x 1.00 m, trabalhada no grafite sobre tela, previamente preparada com massa corrida e coberta por uma fina camada de verniz.

Há alguns anos, encontrou seu primo Eduardo L. Canever  que lhe deu motivos para mudar entusiasticamente algo de verdadeiro nos seus temas para pintar. Pinte as pessoas, você tem facilidade para expressão, quando um artista faz um retrato, imortaliza uma alma, assim fez Diego Velázques’’, aconselhou o primo. O conselho foi levado em consideração e Franzoni desenvolveu sua técnica.

A garotinha já cresceu, mas ficou imortalizada sua imagem da primeira infância

Retratar pessoas é imortalizar uma alma. Vai além de traços, define. É através da luz e sombra que Fabrício cria detalhes minúsculos que causam espanto tanto se observado de perto como à certa distância. O ato final, ao entregar uma obra, sobrepõe-se ao aspecto financeiro, diante da maneira como o retratado se vê na obra final.

 

LIGAÇÕES FAMILIARES

Seus primeiros retratos foram de seu tio Ovídio L. Franzoni e do doutor Ramon Maximo Schultz, profundamente ligados em sua caminhada. Na mesma época também retratou sua tia e madrinha Vera H. Vieira. E muitos outros familiares foram privilegiados com os traços do artista nato, como Alfredo A.  Canever e o avô paterno Armando Stevanato.

O tio de Fabricio, Ovídio L. Franzoni


Os traços fortes de Ramon Maximo Schultz, na leveza da arte de Franzoni

O trabalho que refletia nos olhos de cada modelo o leve esfumaçado, em que  não se sabe onde inicia ou termina um traço, saiu da esfera familiar.  Foi com muita satisfação que marquei minha obra com o pioneiro da confecção de Cianorte, o senhor Chebli Mitri Abou Nabhan, o oftalmologista Masayassu Itikawa e parte de sua família, relembra Fabrício.  Foi mágica a encomenda feita por ele, trabalhei meses, errei seguidas vezes até conseguir fazer os quatros irmãos na mesma tela, conta com brilho no olhar, tal qual estampa suas obras.

O pioneiro das confecções cianortense Chebli Mitri Abou Nabhan

Seu último portrait é a primeira tela de corpo inteiro e retrata pela primeira vez o Conde Francisco Scarpa Filho a caráter.  Foram cinco meses de um minucioso trabalho que me rendeu uma enorme satisfação, conta Fabrício ao relembrar trechos da fala de Chiquinho. Gostei. Não! Adorei a obra!’’.

Hoje, Fabrício trabalha em mais uma tela para Scarpa, além de outras encomendas. Até o momento, imortalizou em torno de 200 olhares, sorrisos, e expressões. Com seu talento, ele dá vida à telas de 50cm x 50cm. 

Confira outros trabalhos do artista Fabrício: