Quem polui mais: o homem ou a mulher?

Márcio Nunes

Os hábitos de consumo são diferentes entre os gêneros e, por isso, representam diferentes emissões dos gases com efeito de estufa. Mas, afinal, quem polui mais: os homens ou as mulheres?

Um novo estudo publicado este mês na Suécia coloca uma lupa sobre esta questão, ao analisar consumo e despesas com bens como alimentos, utensílios domésticos, móveis, férias e combustível dentre os solteiros e as solteiras do país.

O resultado? Quando se trata de mudança climática, os consumidores do sexo masculino realmente podem se considerar mais culpados do que as mulheres: a afeição por carne e por carros os torna maiores contribuintes para os gases do efeito estufa.

Baseado nos mais recentes números oficiais de gastos do consumidor no país, a publicação aponta que os suecos, em média, eram responsáveis por 16% mais gases do efeito estufa do que as suecas, apesar do fato de que eles gastam apenas 2% a mais em bens do que elas, em moeda corrente.

Segundo o relatório, as mulheres tendem a gastar mais em “produtos de baixa emissão”, como saúde, decoração e vegetais, enquanto os homens gastam 70% de seu dinheiro nos chamados “itens intensivos em gases do efeito estufa”, incluindo combustível para automóveis, álcool, tabaco e carne vermelha.

Ou seja, o estilo de vida masculino seria mais nocivo ao meio ambiente do que o das mulheres, porque elas produzem bem menos emissões de carbono.

O estudo, infelizmente, não avalia os hábitos de consumo de outros países. Aqui do outro lado do Atlântico, será que nós, brasileiros, também contribuímos mais para o efeito estufa do que as mulheres? O que você acha?

LIXO 5.0 JÁ É REALIDADE NO PARANÁ

Aproveito a coluna de hoje para falar também de um grande avanço, aqui no Paraná, em relação ao tratamento de lixo urbano.

Na semana passada nós inauguramos no município de Roncador, região central do estado, uma planta-piloto de tratamento de resíduos sólidos que atenderá também os municípios de Mato Rico, Iretama e Nova Cantu. A unidade faz parte do programa Lixo 5.0, da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e do Instituto Água e Terra (IAT), em parceria com o Tecpar e a Universidade Estadual de Maringá (UEM).

O projeto avaliará a tecnologia de tratamento de lixo por meio do processo de termomagnetização, que prevê a redução de até 97% dos resíduos que hoje são destinados integralmente a aterros sanitários locais. Você não leu errado: 97%!

Nesta usina são dois reatores de termomagnetização, com capacidade de 10 toneladas de lixo cada um.  O processo utiliza o calor como forma de recuperar, separar ou neutralizar determinadas substâncias ou reduzir a massa e volume presentes nos resíduos, ou ainda produzir energia. As cinzas resultantes do processo podem ser utilizadas na produção de asfalto e blocos cerâmicos, por exemplo. Uma verdadeira revolução no tratamento do lixo, que irá diminuir no futuro a necessidade de se construir novos aterros.

É ainda um primeiro passo nesse sentido, mas a experiência com esta primeira usina-piloto, se bem-sucedida como imaginamos que será, pode resultar em um grande programa do governo Ratinho Junior para todo o estado, inovando e ajudando os municípios a buscar as melhores alternativas sustentáveis para o tratamento do lixo.

* Márcio Nunes é secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná