Por que o mercado imobiliário brasileiro está em expansão mesmo com a pandemia?
Karen Sturzenegger (*)
Quando se fala do mercado imobiliário no Brasil, os dados de crescimento mesmo em meio à crise vivida no período da pandemia surpreendem. Em 2020 esse foi um dos setores que mais se expandiu e tudo indica que essa força de crescimento se repetirá em 2021, bem como se fortalecerá em 2022. Segundo o Jornal Brasil Econômico, somente no ano (seria 1º semestre?) de 2021 o mercado imobiliário cresceu 26% e a previsão é de um aumento ainda maior no segundo semestre
A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) afirmam que esse crescimento se deve ao déficit habitacional do país. Com os juros da casa própria mais baixos, o setor da construção civil possui novo impulso e está gerando empregos diretos e indiretos. Outra projeção da ABRAINC é que as vendas de imóveis cresçam cerca de 35% ainda este ano.
O setor imobiliário é um campo que se adapta rapidamente às adversidades e é capaz de reinventar-se nos períodos de recrudescimento fazendo parcerias com construtoras e bancos, ou mesmo negociando juros e financiamentos tanto dos imóveis mais populares quanto dos imóveis de alto padrão. Outro segmento que está em expansão é o mercado de luxo que cresceu cerca de 32% – durante a pandemia – em praças como São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro.
Além da venda de imóveis surgem tecnologias de sistema de informação que favorecem a celeridade dos processos e diminuem a burocracia nas transações de compra e venda. Vale lembrar que o território brasileiro é vasto, com muitos projetos em andamento e largas possibilidades para a construção, venda e aluguel dos mais diversos tipos de empreendimentos. Assim, quando se olha para as realidades locais e regionais é possível ver uma potencialidade de atuação local para os profissionais da área, aliada à evolução tecnológica e ao contínuo interesse das pessoas por imóveis residenciais e comerciais.
Outro fator vantajoso para o mercado foi uma medida tomada pelo governo federal para fortalecer a economia: o corte da taxa SELIC que ficou em cerca de 2% ao ano, um valor histórico. Com esse parâmetro, especialistas da área afirmam que deixar dinheiro na poupança seria perder renda e que uma das estratégias para bom investimento seria comprar imóveis.
Como está havendo uma busca frenética, já se percebe uma valorização das propriedades e projeções de crescimento ainda mais animadoras para 2022. E quando se trata de investimentos são mais usuais os imóveis para aluguel, prédios comerciais, pontos comerciais e imóveis na planta.
Com a facilidade em conseguir crédito vários novos negócios devem surgir no próximo ano, os quais precisarão de locais para se instalarem. Em geral, quando se trata do Brasil, a maioria desses negócios são pequenos, para os quais prédios comerciais são interessantes com as várias salas individuais e que acomodam muitos serviços diferentes como consultórios médicos, advocacias, dentistas, fisioterapeutas e assim por diante. Destaque também para os pontos comerciais, pois como inúmeras empresas fecharam as portas no decorrer de 2020 esses espaços representam uma oportunidade para quem está atento ao mercado.
Segundo a empresa Vanderley Imóveis e Terras (2021), ótimos pontos comerciais estão à venda e com os preços, em geral, abaixo do valor real do terreno. Galpões logísticos e terrenos grandes nas redondezas de cidades são sugestões interessantes. Por fim, há os imóveis na planta e, especialmente para quem deseja investir em um imóvel de luxo, o momento é oportuno para adquiri-los. Aliás, a cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, é conhecida como a “Dubai brasileira” e é uma ótima cidade para esse tipo de investimento. Comprar casas de luxo para aluguel como as que existem lá, por exemplo, sempre oferece renda extra sazonal.
Portanto, confirma-se em 2021 e espera-se para 2022 um mercado imobiliário aquecido com projeções futuras animadoras. Um dos fatores que corrobora essa projeção é a migração dos investidores em renda variável para o setor imobiliário. E você, já está acompanhando e analisando tantas oportunidades?
(*) Karen Sturzenegger é professora do novo curso de Tecnologia em Negócios Imobiliários do Centro Universitário Internacional UNINTER