Parques urbanos: a natureza como terapia
Márcio Nunes
Em meio ao crescimento das cidades e à transformação dos nossos hábitos cotidianos com os avanços tecnológicos, um parque urbano não é apenas um parque – é muito mais que isso.
As áreas verdes são instrumentos fundamentais, não somente para a qualidade ambiental dos municípios mas também para a saúde física e mental de suas populações.
O conceito de desenvolvimento sustentável deve contemplar os pilares da responsabilidade ambiental e social, melhorando a vida de cada cidadão e da comunidade como um todo. Tanto assim que, dentre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio estipulados pela ONU na Agenda 2030, está a redução da mortalidade por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, além da promoção da saúde e do bem-estar.
A natureza contribui para reduzir a tensão causada pela rotina cotidiana. Marcadores endócrinos como adrenalina, noradrenalina e cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, apresentam queda dos níveis quando o indivíduo está em contato com elementos naturais.
Além disso, parques com condições adequadas são determinantes para o desenvolvimento de atividades físicas e de lazer. Ou seja: contribuem para a redução do sedentarismo, possibilitando o aumento na atividade física dos moradores em seu entorno. Estudos mostram que apenas cinco minutos de caminhada em áreas verdes já são suficientes para melhorar a saúde mental, com benefícios para o humor e a autoestima.
Sem falar no aspecto ambiental: a implantação dessas estruturas surge como alternativa para a minimização dos impactos negativos da expansão urbana e para o controle de erosões e de cheias, ajudando na manutenção dos recursos hídricos existentes.
Aqui no Paraná, implantamos o Programa Parques Urbanos – um investimento da gestão Ratinho Junior no eixo da responsabilidade social com valorização do capital humano, um dos pilares do desenvolvimento sustentável. Lançado em 2019, o programa recebeu investimentos de R$ 46,8 milhões e chegará a 46 cidades. Todos os parques serão construídos em locais com características de fundo de vale ou com ações erosivas (um dos grandes problemas do nosso solo) – ou seja, áreas antes degradadas e inservíveis se tornam centros de convívio, lazer e preservação.
Nos últimos meses, percorri o estado para visitar alguns dos equipamentos já finalizados, como em Jussara e São João, e vistoriar obras em andamento em outros municípios como Marilena, Umuarama, Moreira Sales e Juranda. O legado que vamos deixar para essas comunidades é realmente fantástico.
Em Cianorte, o prefeito Marco Franzato me apresentou o projeto do futuro Parque Manduhy, e fiquei muito impressionado. A estrutura unirá sustentabilidade, acessibilidade e conforto ambiental, beneficiando toda a população da região.
Os resultados são tão positivos que o governo federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, já estuda adotá-lo em nível nacional.
Se mal planejado, um parque pode ser apenas um local isolado e sem serventia. Mas quando bem construído e gerido, com uma estrutura que atraia as pessoas e atenda às necessidades da comunidade em geral, é um instrumento de sustentabilidade e cidadania.
É nisso que apostamos.
Márcio Nunes é secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná