Mulheres na política

Sou a favor da igualdade de tratamento entre homens e mulheres na política e em qualquer atividade pública ou privada. Da mesma, defendo o respeito de todos os indivíduos independentemente de posição sexual, raça, religião etc.

 

É fato que hoje as mulheres representam 51,8% da população do país e mais de 52% do eleitorado brasileiro. Mas a sua representatividade na política ainda é muito baixa. Entretanto, não existe impedimento legal da participação da mulher na vida política. Neste contexto, cabe apenas às mulheres manifestar interesse e se filiar a um partido político, bem como as parlamentares trabalharem para incentivar outras mulheres.

 

Por outro lado, não concordo com a imposição de cotas femininas para o exercício parlamentar, porque, senão, teremos que criar cotas para outros segmentos.

 

As atuais parlamentares, por exemplo, não se valeram de cotas femininas para ingressar no Parlamento. O interesse e iniciativa foram delas. A disposição de ingressar na política foi exclusivamente decisão de cada parlamentar.

 

A realidade de a população feminina ser maior que a masculina não justifica que o Parlamento seja obrigado a ter um contingente feminino superior ao masculino, ou de forma paritária.

 

É prova evidente que a mulher vem ocupando o espaço profissional e eleitoral que antes era preenchido apenas por homem. Trata-se de grande evolução e de conquista merecida das mulheres.

 

Incentivar as mulheres a ingressar na política é uma iniciativa positiva. Embora hoje muitos eleitores estejam insatisfeitos com o desempenho de nossos políticos, que após eleitos dão as costas aos eleitores e vão cuidar de seus inconfessáveis interesses, de suas reeleições ou de voos mais altos, deixando de cumprir com fidelidade os objetivos dos mandatos e o compromisso com a defesa do bem-estar social.

 

De outra forma, a opção feminina pelo Parlamento não pode representar apenas interesse no cabide de emprego, como se observa com a maioria, masculina e feminina, em desempenho de mandato.

 

Política não é profissão, mas mandato transitório de prestação de serviço ao país. Por isso, para oxigenação permanente do Parlamento, defendo a proibição da reeleição. Assim como me posiciono pelo voto facultativo, que representa a disposição voluntária de cada um participar ou não na escolha dos candidatos. Enfatizando que o voto obrigatório, antidemocrático, tem sido responsável pela eleição e reeleição do quadro político nacional sofrível, formado por grande parte de elementos de condutas não ilibadas e incompetentes.

 

Os partidos políticos devem facilitar a adesão de candidaturas femininas. Agora, a paridade numérica entre homens e mulheres no Parlamento deve obedecer exclusivamente ao resultado das urnas e não ao sistema de cotas. São as urnas que vão definir as escolhas femininas ou masculinas ao Parlamento. Afinal, homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos da Constituição Federal.

Júlio César Cardoso

Servidor federal aposentado